RetroPunk lançará “O Reino de Bundhamidão”

Salve pessoal, tudo bem?

Para quem ainda não me conhece meu nome é Matheus Bueno de Bueno Funfas (sim, isso é um sobrenome, por mais que não pareça), e eu sou um dos criadores d’O Reino de Bundhamidão. Bom, talvez alguns de vocês já tenha ouvido falar do projeto, seja aqui no site da RP ou em algumas listas de discussões pela internet. Mas acho que eu, particularmente, nunca apresentei a ideia da forma como ela começou. Então, para introduzir o cenário e iniciar nossas conversas periódicas (neste espaço semanal que o Guilherme nos cedeu), vou contar como nos enveredamos nessa iniciativa sem bom senso…

Tudo começou num domingo de tédio, quando eu morava sozinho em Belém, enquanto fazia meu curso de jornalismo. [Cá Entre Nós: Graças aos nossos ministros e à falta de obrigatoriedade do diploma, somos todos jornalistas agora, certo? Melhor assim, estamos entre iguais então…] Lá estava eu, ouvindo a terra girar e minhas tripas trabalharem, quando o André Mousinho (o outro criador do projeto) me ligou. O diálogo foi mais ou menos assim:

Mousa: “Ôh Funfas, tá fazendo o que aí?”

Eu: “Ah cara, nada de útil… A Manu (minha ex-namorada) tá viajando, o pessoal da faculdade não marcou nada… Acho que vou ficar jogando play o dia todo mesmo…” (estava viciado em Final Fantasy Tatics na época)

Mousa: “Cola aqui então cara, tenho umas paradas novas pra te mostrar!”

Eu: “Ah Mousa, tô numa preguiça desgraçada…” (e eu não tinha carro na época… ia ter que ir andando… e andar a pé em Belém é pagar os próprios pecados!)

Mousa: “Porra Funfas, deixa de preguiça e vem aqui! Se estiveres com fome pode brocar aqui em casa! Sobrou almoço, e tava ótimo!” (sim, sou absolutamente subornável com comida. E quem já morou sozinho na época da faculdade sabe que refeições regulares são raras)

Eu: “Tá, beleza… Daqui há pouco tô aí…” (cheguei umas duas horas depois, se bem me lembro…)

Uma vez lá, além de me mostrar umas hqs novas da DC que ele havia comprado, uma miniatura nova do Superman (que eu odeio!) e o novo filme do Ultraman, com uma legenda porca em português, ele me conta o motivo de ter me chamado:

Mousa: “Funfas, que tal criarmos um cenário de rpg, cara? Um cenário de humor! Algo bem avacalhado, só pra zoar com os rpgs classudos!”

Eu: “Hummm… Como assim André?” (tive motivos de sobra pra meu receio. a última proposta de cenário que o André havia me apresentado era algo como um mundo medieval com cavaleiros de dragões, thundercats e aranhas gigantes alienígenas! Eu seria no mínimo louco se não tivesse ficado com pelo menos um pé atrás…)

Mousa: “É que meu sogro me deu uma ideia genial! Eu estava almoçando na casa dele ontem, e ele soltou uma frase que me fez morrer de rir. Ele quis dizer que algo era muito longe, e disse que ficava ‘pra lá de aonde a bunda me dão!’ Ele falou que era uma expressão bastante usada no interior do estado, pelas pessoas mais simples…”

Não foi preciso dizer muita coisa na hora. Comecei a rir no mesmo instante. Saquei a proposta dele e, de alguma forma, sabia que ia gostar do que o André ainda tinha pra dizer.

Mousa: “Então… Que tal “O Reino de Bundhamidão? Um lugar totalmente isolado e distante, cheio de bichos esquisitos, npcs estúpidos e coisas engraçadas. Pensei que seria legal se fosse governado por três reis, ao invés de um… Um ‘triarcado’! E que tal uma raça de idiotas? Os energúmenos e os meio-energúmenos…”

Pronto! Aí a coisa saiu fora de controle! Dos energúmenos, meio-energúmenos e do reino distante, veio uma avalanche de ideias estúpidas e tiradas divertidas. Surgiram deuses sem noção, npcs hilários, classes absurdas, monstros bizarros e uma infinidade de outras coisas… Todas relacionadas direta ou indiretamente à um elemento facilmente reconhecível pelos rpgistas brasileiros: elementos clássicos da fantasia medieval, personagens e eventos famosos da cultura nerd e pop, sátiras com momentos históricos mundiais e com a política brasileira, dentre outras fontes de inspiração.

Nasceram troll-has, azaromantes, golens de papel machè, sindicatos de anões, revoltas de fadas, e por aí vai… Chegamos até a empolgar nosso editor (o Guilherme) a participar do projeto, contribuindo com o sistema especial que estamos desenvolvendo, próprio para rpgs mais descontraídos e narrativos. E ainda sem contar os demais colaboradores, cada um essencial com suas ideias, sugestões e críticas.

Aquele domingo foi no primeiro semestre de 2007… Fechamos o contrato com a Retropunk no final de 2010. O livro só será publicado em 2011-2012.

Tivemos um bom chão atrás de nós, e talvez teremos um grande caminho pela frente. Ao longo desse tempo o Reino de Bundhamidão mudou, evoluiu, se aprimorou… E agora chegou a hora de oferecer este material à vocês, caros leitores. Hora de compartilhar os risos e as piadas. De dividir um de nossos sonhos.

Boas jogadas e boas campanhas pra todos nós. E lembrem-se: RPG é diversão! E não há nada mais divertido do que um pouco de bom humor.

Ahh, e sejam bem vindo a Bundhamidão. :)

Um grande abraço, Matheus B² Funfas.

Por Matheus B² Funfas
Fonte: RetroPunk Game Design

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5 Comments
  1. [Novo Post] RetroPunk lançará “O Reino de Bundhamidão” – https://www.rederpg.com.br/wp/2011/03/ret

  2. Mais um RPG de humor usando os clichês do D&D? Acho que a Retropunk deveria se concentrar mais no grande trabalho que ela estava fazendo. :P

  3. Na verdade, soriginal, a Retropunk está investindo no projeto porque notamos que há uma carência neste tipo de produto no mercado nacional. E os poucos já existentes não estão atendendo todo o público rpgista (seja por qualidade, distribuição ou mesmo por adequação ao tema).

    O Reino de Bundhamidão não visa somente satirizar Dungeons and Dragons, mas sim os elementos arquetípicos dos rpgs em geral, embora também possua muita crítica à própria sociedade brasileira. Em suma, ele é um rpg com viés políticos, e esta é seu diferencial no mercado brasileiro.

    Espero que possamos ter uma chance de mostrar o material para um grande público, para que então ele venha a ser julgado. Pedimos aos rpgistas que nos dê uma chance e confie no trabalho da Retropunk. =]

    Um grande abraço.

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