Terra Devastada: Edição Apocalipse (resenha)

Capa da nova edição

Olá, pessoal! Eu começo este meu segundo artigo aqui na REDE já fugindo um pouco das minhas atribuições como redator de Savage Worlds (mas ainda falarei um pouco sobre Savage) para falar de um jogo que eu considero um dos melhores RPGs nacionais já feitos: Terra Devastada, um jogo sobre zumbis do autor John Bogéa. Mais especificamente, a sua nova edição chamada Edição Apocalipse e que foi financiada recentemente através do Catarse.

Como funciona Terra Devastada

O jogo Terra Devastada (TD), desde a sua primeira edição, preza pela simplicidade do seu sistema de resolução de ações.

O jogador monta um personagem com 12 Características, que são pequenas frases ou palavras que descrevem o personagem e que lembram e muito os aspectos do FATE, e se dada Característica for relevante para um teste o jogador ganha um dado, se não ele não ganha o dado, e se ela for prejudicial ele perde um dado, simples assim. Usa-se o bom e velho d6, e cada valor par é um sucesso, sendo que o 6 permite uma nova jogada do dado.

Existem também as Condições, que são Características temporárias e os Tormentos, que são traumas do personagem, ambos também contam como Característica quando o quesito é somar ou subtrair dados.

Se o personagem possuir a Característica “Fortão”, ela serve para abrir uma porta emperrada por exemplo, mas seria inútil para quebrar a senha de um computador.Todos os tipos de ações no jogo se resolvem dessa maneira desde Iniciativa até o Combate.

Outro ponto relevante na criação de personagem é a Convicção, que é uma medida de “esforço extra” para os personagens ganharem mais dados em momentos críticos. Essa mecânica mudou bastante desde a primeira edição, e eu vou detalhar isso mais adiante.

Segunda Edição? Edição Revisada? Edição Apocalipse!

Mas afinal de contas o que mudou nessa nova edição? Vale a pena comprar para quem já possui a primeira?

Respondendo a primeira pergunta, a parte gráfica que está fantástica! Saíram as ilustrações da primeira edição e entraram imagens tratadas por computador, que ficaram absolutamente fantásticas, um belo trabalho de direção de arte. Outra questão foi que o livro está com um formato quadrado, mesmo padrão do Abismo Infinito e, claro, capa dura.

Quanto ao texto, ele está mais leve e direto, e não faltam exemplos para sanar eventuais dúvidas. Aliás, em se tratando do texto, uma coisa que mudou bastante é que o jogo agora tem um cenário mais sólido que sua versão anterior, um bem bacana por sinal, com personagens “canônicos” e tudo mais.

Quanto às regras, sinto que o autor quis deixar o jogo mais focado ainda na narrativa. Algo que evidencia isso é que as mecânicas de Horror e Convicção mudaram drasticamente. Se antes tínhamos valores e cálculos associados aos sub-atributos, agora temos uma trilha de Convicção e cada episódio traumático “bloqueia” um dos pontos dessa trilha permanentemente.

O livro termina com algumas dicas para se criar histórias e algumas regras alternativas, bem como uma aventura e alguns personagens prontos, inclusive alguns dos financiadores do livro.

Se vale a pena comprar essa nova edição ou não fica a critério de vocês, mas acredito que ela é suficientemente diferente da edição anterior para valer a compra, aliás, acredito que ela é tudo que a primeira edição poderia ter sido em termos de qualidade física e textual.

Terra Devastada… e Selvagem!

Como redator de Savage Worlds, eu não poderia abandonar de todo a minha área e aproveito pra falar da adaptação de Terra Devastada para Savage Worlds que eu tive a oportunidade de ler em primeira mão.

De autoria do Fernando Del Angeles, o suplemento é uma adaptação do cenário e de algumas mecânicas do TD, como por exemplo o Tormento que é uma característica de personagem que influencia na interpretação e também a Convicção, que é uma adaptação da mecânica de Sanidade do Savage Worlds.

O Fim do Mundo e da resenha

Eu adorei o jogo!!

Achava que ele não poderia ficar melhor, mas ficou. Claro, entendo também que ele não é para todo mundo, aqueles “grognards” que não curtem jogos narrativos podem torcer o nariz pra ele, afinal de contas o jogo é muito focado nisso, na narrativa.

Ressalto também o valor de produção do livro, que ficou bem barato pelo que ele entrega, os valores de apoio saíram na faixa de 50 a 100 reais, por um livro de 170 páginas, colorido e que ainda veio com um conjunto de dados personalizados.

Eu espero que vocês se percam nessa Terra Devastada.

PS: Como “o cara que está sempre no lugar certo na hora certa” do RPG nacional, eu tive a oportunidade de jogar com o autor na WRF desse ano, é bem bacana poder jogar com o cara que bolou a coisa toda e entender melhor ainda a proposta.

Por Eder da Costa Marques
Equipe REDE
RPG

Capa da nova edição

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