Playtest Aberto e Centelha Divina

Saudações, aventureiros! Conforme prometido, este mês nós trazemos boas notícias. A primeira é que iremos fazer um playtest aberto da conversão do Crônicas da 7ª Lua para a 4ª Edição de D&D: qualquer jogador poderá baixar um “pacote” com as principais regras do cenário e testá-las em suas mesas, podendo depois dar um feedback para a gente e assim contribuir com o aprimoramento do jogo, da mesma forma que a Paizo faz com o seu Pathfinder RPG. Queremos assim manter a participação ativa dos jogadores, como já fizemos em relação à história do cenário e que vocês poderão conferir no aguardado próximo livro.

No pacote de regras teremos a Centelha Divina/Luminares, a nova classe tecnomago e a Tecnomagia. Nossa previsão é disponibilizar esse material de playtest até o início de dezembro e daí fechar a rodada de playtest aberto até meados de janeiro.

A outra boa notícia é que estamos voltando a falar um pouco do trabalho com o terceiro livro e este mês começaremos falando da Centelha Divina e dos Luminares.

Inicialmente, quando o Leo “Himura” estava desenvolvendo as regras para a 4ª Edição, Luminar seria uma multiclasse semelhante ao Spellscarred de Forgotten Realms. Os poderes originais seriam características da classe e haveria novos poderes, que seriam adquiridos através de talentos conforme o personagem Luminar subisse de nível, como é a multiclasse no D&D 4ª Edição. Contudo, isso já apresentava alguns problemas…

Primeiramente, a mecânica inicial dos Spellscarred como multiclasse não ficou muito boa, ao ponto de recentemente terem apresentado o Spellscarred como um tema no suplemento Neverwinter Campaign Setting. Além disso, os poderes da classe Luminar acabavam ficando menos atraentes do que os poderes que eram características da classe: mesmo que eles sofressem um aumento com o uso da Centelha Divina, acabava valendo mais à pena receber um Ponto Divino pelo uso de uma característica de Luminar ao invés de se aumentar o efeito de um dos poderes adquiridos pela multiclasse.

Por fim, quando o Vinicius assumiu a parte mecânica, ele chamou a atenção para outro problema: a falta de limites de mecânica de jogo na Centelha Divina. Explico…

A 4ª Edição tem como um de seus pilares a administração dos recursos por parte do jogador: há poderes sem limite, poderes por encontro e poderes diários, e é o jogador que decide quando e como usá-los. Mas, exceto pelos sem limite, os demais são limitados pela mecânica de jogo (por encontro ou diários).

Hora, se seguíssemos apenas a limitação da edição anterior – o Limiar e a Ascensão Flamejante – isso permitiria aos jogadores um uso de Centelha Divina que superaria em muito a limitação diária e mesmo a por encontro. Em outras palavras, o jogador teria poderes muito fortes que ele poderia usar repetidamente num mesmo encontro. Se pensarmos em termos de uma aventura independente, do tipo “one shot”, o risco de abuso fica ainda mais evidente.

O Vinicius não conseguiu pensar numa alternativa que mantivesse o espírito do que era a Centelha Divina na 3ª Edição e assim ele passou a bola para mim. O que, em se tratando do C7L, é algo que sempre aconteceu, desde quando eu era apenas o editor da linha – a regra de Tecnomagia da edição anterior foi estabelecida por mim e feita pelo Tzimisce com a revisão do Victor Caminha, visto que a primeira versão dela era muito inconsistente. Mas isso é algo que um editor tem que fazer mesmo, porque nem sempre um escritor/designer de jogos acerta no que ele faz, e não há nenhum problema em um material ter que ser refeito ou mesmo criado novamente por outra pessoa, como foi o caso. Mas voltemos ao trabalho atual…

Falando no Victor Caminha, que foi fundamental no primeiro livro do C7L fazendo a revisão das regras, ele sempre me dizia algo que se tornou uma pedra fundamental no meu trabalho como designer de RPG: “keep simple”, mantenha as coisas de forma simples. Em termos de RPG – e acredito que em jogos, de modo geral – a solução mais simples, na imensa maioria das vezes, é sempre a melhor.

Pensando nisso e em algumas mecânicas consagradas da 4ª Edição, decide “dar um passo para trás, para depois dar dois passos para frente”: a Centelha Divina seria um talento a ser adquirido no 1º nível, que concederia alguns poderes por encontro, e só. Nada de Luminar como multiclasse.

Basicamente, voltamos ao que era a Centelha Divina na edição anterior, mas agora é oficial: compre o talento Centelha Divina no 1º nível se quiser ser Luminar. Estão lá o equivalente dos poderes da edição anterior, assim como o Limiar, os Pontos Divinos e, é claro, a Ascensão Flamejante.

Diferente da 3ª Edição, um Luminar agora também tem Ponto de Ação, visto que os Pontos de Ação na 4ª Edição são uma mecânica bem diferente da edição anterior. Então a Centelha Divina e Pontos de Ação não são mais mecânicas mutuamente excludentes.

Mas alguns de vocês podem não ter gostado de não haver mais poderes diferentes para Luminares, conforme havíamos anunciado antes. A verdade é que a 4ª Edição já tem classes demais e poderes demais. Por isso, optamos por colocar apenas o tecnomago como classe nova, além dos motivos já expostos acima.

Entendemos que as diferenças entre os Luminares vão ficar por conta de suas classes básicas e das descrições de como os poderes da Centelha Divina vão afetar o personagem e os poderes dele, além das trilhas exemplares para Luminares.

Então aguardem o “pacote” de playtest para vocês conferirem a Centelha Divina, as raças e o tecnomago.

 

Marcelo Telles
Equipe C7L
Comunidade do C7L no Orkut
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8784780
Setor do C7L no Fórum da REDE RPG
https://www.rederpg.com.br/wp/forum/c7l

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2 Comments
  1. Excelente noticia!, no aguardo.

  2. da mesma forma que a Paizo faz use o Pathfinder que sempre achei um melhor sistema pra esse mundo que o D&D4ª edição que está moribunda, daqui a pouco vai ter a 5ª Edição, não vai demorar muito pra isso acontecer

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