O Baralho do Desespero

Segundo informações exclusivas do blog The Dread Gazebo e do site Critical Hits, uma das novidades da Wizards of the Coast para os jogadores de D&D 4ª Edição antecipadas no D&D Experience para este ano é mais uma investida na polêmica e acalorada questão de inserir cartas no RPG.

Com a idéia de lançamento de qualquer produto mais RPGístico associado a Ravenloft cada vez mais distante, a Wizards parece estar preferindo preparar mais o terreno com iniciativas mais sutis. Uma delas, prometida como um “brinde” da caixa The Shadowfell: Gloomwrought and Beyond, prometida para Maio, é o Baralho do Desespero.

Em suma, ele é um baralho de 30 cartas, classificadas de acordo com as três emoções principais: Loucura, Apatia e Medo. A idéia é que, ao passarem por uma cena que se encaixe a uma ou mais dessas emoções, o Mestre ofereça o baralho para cada jogador escolher e puxar uma das cartas. Cada carta causa um efeito prejudicial à psique do personagem (uma mania ou fobia, por exemplo) que ele carregará consigo pelas cenas e eventos seguintes. Essas diferentes “seqüelas” por vezes alteram (talvez para melhor, talvez não) as habilidades de seu personagem, e podem até acabar salvando-o da morte certa.

Certamente que alguns podem pensar “Ah, então essa é apenas mais um novo meio de prejudicar os personagens dos jogadores? Já não estava tudo difícil o suficiente?” Por incrível que pareça, não. A idéia é que a cada marco atingido, os personagens afetados façam um teste de resistência contra o efeito da carta de desespero. Se passarem, o efeito prejudicial é cancelado e os personagens também recebem uma dádiva relacionada à “maldição” superada.

As cartas possuem descrições bastante ricas, em alguns momentos ilustrando falas que o personagem afetado por este efeito possa apresentar. A idéia também é que o Mestre possa selecionar vagamente que tipo de efeito psicológico recairá sobre os personagens, excluindo ou não certa emoção. Por parte dos jogadores, a tensão aumenta, porque determinada cena pode conter ou não o uso das cartas. O fato de você também não ser obrigado a revelar sua carta aos outros jogadores também acrescenta ainda mais dramaticidade ao jogo. E sim, um personagem pode ter vários efeitos prejudiciais ou benéficos sobre ele ao mesmo tempo.

De fato, não é a mesma coisa que jogar Ravenloft. Todavia, me parece um meio excelente de já ir preparando o caminho. Toda a mecânica que envolve o Pendor das Sombras (“Shadowfell”, em Inglês) se preocupa com as conseqüências emocionais e psicológicas que a proximidade excessiva a ele causa. Se for para atrasar Ravenloft para torná-lo melhor do que ele seria se fosse lançado agora, creio que receberei de braços abertos essa mecânica nova.

É bem provável também que muitos puristas refutarão essa idéia absurda de colocar cartas dentro de D&D, mas, não custa lembrar, o Baralho do Desespero é um produto que já vem numa caixa junto com outros itens, e não é um jogo de cartas colecionável. Você compra uma vez e todas as cartas de que precisa estão ali dentro. Simples e fácil. Dentro da caixa, além do livro falando a respeito do Pendor das Sombras, criaturas e facções naturais do plano, e dois mapas: um da cidade de Gloomwrought e outro de uma masmorra.

Por Thiago Hayashi
Equipe REDERPG

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