As Façanhas de Fenrir (V)

Parte V: A Besta

Os aventureiros pegaram algumas peças de carne como recompensa por parte do povo montanhês, para fazerem algum dinheiro na cidade portuária. Apesar de tudo, saíram como heróis daquele lugar. Após uns dois dias de decida das colinas, eles encontraram uma caravana de orcs próximas à entrada da cidade. Eles não conseguiram descobrir qual era o plano das criaturas, mas a atacaram e dizimaram-na sem piedade.

Urso tomado de uma fúria sobrenatural derrubava muitos e afugentava os outros. Nick sempre com sua furtividade, se movia de um lado para o outro se esquivando dos ataques e desferindo rápidos e mortais golpes. Ele possuía uma facilidade imensa para se esconder mesmo na frente dos inimigos, algo sobrenatural, isso aumentava o índice de ataques precisos direto nas costas do oponente. Os orcs afugentados pelo Urso se agruparam juntamente com os que estavam sofrendo com os ataques de Nick, formando um bloco. Mas neste momento Fenrir brande sua espada mágica e sobrenaturalmente lança uma onda de raios no bloco de orcs, dizimando todos de uma só vez. Não se sabe ao todo quantos os heróis mataram naquela luta, mas estima-se que seja mais de 30.

Eles saqueiam as carroças dos orcs, onde encontram boas peças de armas e armaduras para venderem, além de algum dinheiro que encontraram vasculhando tudo.

Ao chegar na cidade, eles tratam logo de comercializar as peças de carne e dirigem se até os armeiros e ferreiros para renovarem seu arsenal e armaduras. Com o dinheiro, Fenrir manda arrumar sua velha espada, presente de seu tio. E afiar a lâmina de sua outra longa espada.  Urso encomenda um machado personalizado, e como sabe mexer com armas e armaduras, dá dicas detalhadas ao ferreiro de como quer que seja sua arma. Uma das coisas que ele pediu foi lâmina dupla. Nick pede uma lâmina mais mortal e atroz para sua curta espada. Todos pedem bons arcos compostos longos e flechas feitas exclusivamente para o combate, com pontos metálicas. De armadura Fenrir encomenda uma brunea, que será feita sob medida para ele, e personalizada, saindo muito mais caro que o normal. Aquele ferreiro sabia trabalhar o aço de uma forma que ele ficava um pouco mais leve e mais resistente que as outras armaduras, e os aventureiros pediram que fizesse isso. Urso opta por um camisão de cota de malha e Nick por um corselhete de couro batido. Tudo ficaria pronto em uma semana. Enquanto isso para não ficarem desprovidos de armas, eles pegaram uns arcos curtos de madeira e algumas cinco setas de caça.

Escolheram uma estalagem de porte médio para ficar, comeriam uma boa comida, com duas refeições diárias, sem contar nos lanches. Fenrir guardou suas coisas de valor como a espada mágica e a carta ao rei, dentro do baú de seu quarto. Agora restavam aos aventureiros, saírem paras as docas dos portos e procurarem alguém que tivesse disposto a levar os jovens para o reino de Powys. Eles estudaram e chegaram a conclusão de que seria uma longa viagem, mas ainda sim era mais rápido do que ir a pé ou a cavalo. Segundo seus planos de viagem, eles subiriam de navio daquela cidade até onde o Rio Severn desemboca no mar, e tomariam o rio até chegar em Caer Sws, a cidade onde o rei Vortigern de Powys, o Grande Rei governava.

Ao chegarem no porto, não conseguiam encontrar ninguém que pudesse levá-los até as terras do rei. Ainda ao mar, alguns piratas descobriram uma pequena ilha e a fizeram de refúgio, atacando todas as embarcações que passassem por aquele ponto. Apenas um homem aceitou levá-los, mas havia duas condições. Um delas era uma boa quantia de ouro que deixariam os aventureiros praticamente sem nada, e a outra era a de salvar seu filho que se perdeu no mundo dos jogos e se meteu com os piratas, ficando como escravo entre eles. Fenrir não podia negar o pedido de um pai e um novo desafio, pois os jovens são movidos por desafios. Urso também queria colocar em prática seus golpes e técnicas, e Nick…Bem, Nick era o único que não achava a idéia boa.

Bom, após convencerem Nick a próxima etapa era ver qual seria o dia que iriam. Eles precisavam de uma semana para pegar os armamentos e equipamentos. Eles tinham dado suas velhas armaduras na troca e estavam sem proteção. O capitão do barco pede aos aventureiros que sejam o mais rápidos possíveis, pois não sabe quanto tempo de vida seu filho terá nas mãos dos bandidos. Após muita discussão, decidiram partir imediatamente, sem armas e armaduras, apenas com seus arcos e duas adagas. Por estarem desprovidos de armas, talvez a missão se tornasse um grande desafio. Mais uma façanha pra Fenrir e seus amigos.

O combinado com o capitão da embarcação foi que ele levaria os aventureiros até próximo a ilha e de lá seguiriam nadando. Isso é que foi feito. Chegaram na ilha e viram que na parte em que se encontravam funcionava uma espécie de depósito. E caixotes eram carregados e descarregados das naus. Nick usou da sua astúcia e conseguiu andar entre eles, sem ser notado como um estranho. E depois de muita lábia e manha neste tipo de operação, ele conseguiu a informação de que o garoto seria levado numa embarcação que partiria naquele mesmo dia. Ela iria até a cidade de Durnovária, descarregar algumas mercadorias e depois seguiria para o continente da Europa, onde venderiam o garoto como escravo, para os estrangeiros. O capitão que liderava a navegação era conhecido como James o Bravo.

James era muito habilidoso com a cimitarra, e era muito inteligente. O sagaz homem é filho de um ex-aventureiro muito conhecido, por lutar com braveza e justiça, além de vencer alguns dragões que assolavam a velha Bretanha. Seu pai era Beldar o Bravo.

Os aventureiros ficam escondidos em meio aos arbustos e árvores, a uns 60 m do porto. Eles observam e vêem que James entrará na Nau. Fenrir corre e tenta falar com o capitão, mas é impedido pelos marujos, que o segura cada um por um braço e o joga a alguns metros. Todos param o que estão fazendo e riem de Fenrir.

Pouco depois, eles percebem a entrada de uma figura pitoresca na Nau. Era um velho homem, todo tatuado, com cabelos longos e grisalhos, magro e trajes muito simples. Consigo tinha alguns colares, uma pulseira num braço e um bracelete no outro. Parecia ser peças tribais. Ele também entra na Nau.

Os aventureiros se dirigem aos depósitos e lá conseguem bater em alguns homens, e tomar algumas roupas como a deles. Nick se esconde em uma das caixas e Fenrir faz o mesmo. Urso vestido de marujo carrega uma das caixas até o convés da Nau, e passa por todos tranqüilamente. A outra caixa é carregada por outro marujo e todos se encontram dentro do navio. Ao entrar lá, Urso se esconde em meio às caixas.

Eles sentem que o navio parte e logo saem das caixas. Bem no momento em que estavam saindo, dois piratas que andavam pelo convés do navio, os avistam e sacam suas cimitarras. Os três aventureiros disparam flechas certeiras neles, que caem. Mesmo estranhando um pouco, Fenrir e Urso pegam a exótica cimitarra. Restava agora a eles, acharem o garoto. Provavelmente estaria preso na parte de baixo do navio.

No topo dos dois mastros do Navio, estavam mais dois marujos vigiando, quando avistam os aventureiros. Eles pegam seus arcos e miram contra os jovens. A esta altura dos acontecimentos, mais três piratas percebem a movimentação e saem para ver o que acontece.

Os arcos dos aventureiros são curtos demais, e não alcança o topo do mastro. Já os que estavam no topo alcança os aventureiros que têm que se movimentarem muito para não serem atingidos, e lutarem contra três piratas no convés. Nick se esconde em um vão do navio e tem tempo para armar seu arco e disparar no pirata que luta contra Fenrir. Isto dá uma vantagem para o herói finalizar com o pirata. Urso consegue manter uma boa briga com os dois piratas, mas é atingido por uma flecha do marujo de cima e começa a sofrer vários cortes de espada.

Neste momento Fenrir parte para ajudar o amigo e Nick furtivamente consegue apunhalar o outro. Agora restava apenas subir no mastro e derrotar os últimos inimigos.

Enquanto Fenrir e Nick sobem, Urso retira as dolorosas flechas e demonstra muito controle sobre a dor. Com muita dificuldade os dois sobem, e ali não tem chance contra as técnicas de combate dos heróis, que os derrubam mastro abaixo. Reunidos novamente, eles planejam como vão entrar e render o capitão.

Eles armam um bom plano e entram na sala de navegação do capitão. Vêem-no conduzindo calmamente o navio. As cartas de navegação estavam espalhadas numa mesa próxima. Nick pega a cimitarra de Fenrir, e furtivamente a coloca no pescoço de James dizendo: – este é o fim da linha rapaz.

O pirata se vira e diz: – você acha que James o bravo seria pego tão facilmente?

Após dizer estas palavras, o pirata some diante de seus olhos. Da janela do navio eles, avistam James dando risada e cortando a corda que prendia o único bote salva-vidas do navio. Na sala, eles vêem uma planta carnívora enfeitando o local, e um enorme espelho. Nick logo percebe que um dos pisos é falso e dá no andar de baixo do navio. Eles descem.

Lá é onde a maioria do estoque de mercadoria se encontra. É também onde o garoto está preso por uma corrente que liga seu pé ao navio. Fenrir corre para libertar o menino, mas é interrompido por uma voz que ecoa no ambiente:

– Não tão rápido herói.

Quando o aventureiro se volta para a direção da voz, vê o velho homem que subiu no navio. Ele pergunta:

– Quem é você velho?

– Sou um druida, um druida que quer os cultos de seus deuses revividos, e a única maneira de isso ocorrer é se aliando aos antigos espíritos das florestas que foram acordados na Irlanda e agora estão aqui para retomar a terra dos deuses e refazer as antigas eras.

– Você está falando daquele elfo negro, o Drow? Vocês então tem ligação com ele?

– Drow é apenas um dos 8 espíritos antigos. Ele é o líder aqui. Junto com ele há mais três elfos, de poder quase equivalente, e três elfos druidas que estão prestes a cumprir um ritual antigo, que acelerará o processo de conquista da Bretanha.

– Porque você diz tudo isso a mim?

– Porque você é o escolhido romano. Você é o único que pode interromper os planos do mestre, por isso foi atraído até aqui. Você caiu numa cilada. O menino serviu apenas de isca.

– Eu não sou romano. Sou Bretão. E você quer dizer que o pai do garoto nos enganou? Ele nos atraiu para a morte?

– Não. O garoto e pai foram vítimas também. Acontece que os antigos mestres conseguem ver o destino das pessoas, e já esperavam que você pudesse atrapalhar, por isso armaram o golpe. Não adianta, por mais que tente você estará sempre um passo atrás deles.

– Malditos elfos, são bestas infernais. Mas fique sabendo velho, que meu destino, sou eu quem faço. – Após esse diálogo, Fenrir brande sua cimitarra e ataca o druida.

O druida conjura um Urso atroz bem perto de Nick e Urso que começam a ter trabalho:

– Venham criaturas, venham ajudar seu mestre a triunfar sobre esses fracos. Urso atroz acabe com eles. – grita o insano druida.

Fenrir desfere o golpe que deixa o druida desbaratinado. O druida caído começa a falar umas palavras em seu idioma secreto, que o transforma num leão muito grande.

Urso diz para Nick ajudar Fenrir que ele cuida do animal. Enquanto Nick obedece, Urso é tomado por sua fúria guerreira novamente e a paixão pela luta o transforma num adversário perigoso. A fera atroz que vem em sua direção é lenta, perto da agilidade fora do comum que o gigante saxão apresenta. Este é ágil, mas nem por isso deixa de ser excessivamente forte, ele dá golpes que desmontam a criatura. Um dos golpes foi tão forte que quebra a espada nas costelas do animal. Sem arma, o saxão apenas fixa seu punho no pescoço do animal atroz e começa a dominá-lo. A criatura faz o mesmo e logo começa uma disputa de força. A força do homem supera a do animal, e o saxão vence, ainda que tenha terminado a luta exausto.

Fenrir passa por maus momentos, por que a força e agilidade do leão eram eminentemente maiores que a sua. Ele estava ferido e com usa pele toda rasgada. Quando o leão estava prestes a engoli-lo, Fenrir prende sua boca com a cimitarra e ganha um tempo para sair de baixo da fera. Nick dispara suas duas ultimas flechas no Leão que não parece dar muito bom resultado. O leão se libera da cimitarra e vira para Fenrir e Nick. Quando o golpe final do vilão se aproximava, um barulho estrondoso, sem direção acontece. O urso atroz foi teleportado de volta para sua terra mágica. Ao retornarem sua atenção ao druida, percebem que ele está em sua forma humana novamente e concentrando uma bola de energia muito incomum nas mãos.

Os aventureiros esperam qualquer coisa do inimigo, mas este arremessa contra o navio, abrindo um buraco que logo começa a ceder, e a Nau começa a se afundar. O druida se transforma em peixe e diz:

– Vamos ver se vocês sobrevivem a isso.

E sai dando uma gargalhada diabólica.

Eles tentam libertar o menino, mas as correntes são grossas demais para serem soltas com os punhos. Enquanto os dois guerreiros procuram algum instrumento para quebrar as correntes, Nick sobe para procurar as chaves.

Alguns minutos se passam e a água já passa da cintura dos guerreiros, até agora nada fora capaz de soltar o garoto. Quando a água começa a subir mais rapidamente, surge Nick a braçadas e consegue libertar o menino. Eles se agarram a qualquer coisa que boiava ali, e dão um jeito de sair da nau.

Uma tempestade não muito comum se aproxima, o que dificultará ao máximo a chance dos aventureiros sobreviverem em mar aberto. Não tinham o mínimo senso de direção, e estavam à mercê do destino.

Em meio a tormenta, Fenrir pede ao Senhor Deus dos católicos romanos, para que se ele fosse mesmo o escolhido, não deixar que seus amigos morram e nem que mal algum acontecesse ao adolescente. Ele também pede sabedoria, e que a vontade dele seja manifestada na terra e jura lealdade a sua fé.

Um dia e meio depois, todos os quatro são encontrados no porto da cidade de onde partiram no dia anterior. O capitão da barca reconheceu o filho e os aventureiros contratados, e os resgatou.

Nenhum dos aventureiros quisera falar sobre o que ocorrera no momento do náufrago, o menino dizia que não se lembrava direito. Mas há especulações de que naquele momento, Fenrir comandara alguns animais marinhos, para os guiarem até o porto.

 

 

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Os aventureiros estavam apenas esperando vencer o dia de pegar seu arsenal para partirem junto ao rei. Enquanto esperavam os dias se passarem, Fenrir fica mais no quarto da estalagem recuperando suas forças e lembrando dos bons momentos que passara na juventude e nos dias que esteve próximo a princesa filha de Vortigern. Urso ficava no bar, entre canecas de cerveja e competições de queda de braço e jogo de cartas. Também passava algumas noites nos cambares da cidade.

Nick se aproveitava dos dias de feira que atravessavam a cidade e realizou muitos pequenos furtos. O fato é que a cidade tinha uma organização criminosa, A Guilda do Porto. Ela era que movimentava as ações criminosas na cidade, e tinha poderes para proteger e tirar de enrascadas seus fiéis seguidores. Num final de tarde, o ultimo dia da feira tinha ido. Nick voltava com o produto do furto e foi abordado por três capangas da guilda, que o surrou e o levou até o líder da guilda.

Nick foi torturado até que eles perceberam que não era nenhum espião dos piratas e muito menos, nenhum membro de alguma organização querendo se erguer na cidade. Eles falaram pra ele que deveria pagar uma quantia se quisesse movimentar seu negócio na cidade. Nick não tinha intenção de se estabelecer na cidade por isso não queria pagar nada. Após ver que as pessoas à sua volta eram perigosas e não estavam brincando, Nick decide aceitar e pagar o tributo pelo roubo. O líder da guilda o impôs uma condição para ele sair livre dali e membro da guilda. Completar um labirinto de obstáculos que havia naquela base de operações e trazer a jóia que estava no final do labirinto. Era uma jóia muito valiosa, se tinha poder mágico, ainda ninguém sabia. Mas foi deixada lá pelo criador daquele império de tráfico. Um ladino muito antigo que acabou sendo traído e morto. Este mestre de guilda já era o quarto após a morte do ladino que construiu o labirinto. Todos que tentaram morreram.

Todos ficaram espantados quando viram que a astúcia do ladino era sobrenatural, digno de se tornar, desde que bem amparado, o rei dos ladrões. Nick sofreu poucos ferimentos e voltou vitorioso com a jóia em suas mãos. Ele passara por todas as armadilhas e desafios mortais que o primeiro mestre ladino impusera naquele labirinto. Ali ganhou prestígio entre os seus. Ele diz que naquele lugar, pisos se moviam, giravam, acionavam botões de flechas com venenos mortais, gases e outros ativavam lança-chamas mágicos bem montados. Uma seção de machados e porretes gigantes que cortaria qualquer criatura viva. Essas foram algumas das armadilhas pelas quais ele passou no labirinto.

Os poucos dias que restavam para ele partir com seus amigos, passou na guilda, sem dar qualquer sinal de vida aos aventureiros. Lá ele conheceu três homens, que eram amigos do Jovem Jim, o rei dos ladrões. Eles contaram as aventuras de Jim a Nick, que ficou surpreso em conhecer as façanhas do pai. Nick perguntou se já, que seu pai era o rei dos ladrões, porque não quis vir e pegar o tesouro deste labirinto. Os homens responderam que não dera tempo. Alguns dias antes de chegarem a esta cidade portuária, Jim foi vítima de uma emboscada muita bem armada, de alguns de seus inimigos e viera a falecer. Nick ficou chocado ao ouvir aquilo. Ele pensava que seu pai ainda estivera vivo, reinando em sua cidade como mestre de guilda. E agora recebe a notícia de que o homem faleceu. Os homens disseram que depois disso o local da guilda foi abandonado e respeitado como um templo sagrado. Todos os membros se separaram e seguiu cada qual, seu caminho. Esses vieram pedir para ficar na guilda desta cidade, mas disse que se Nick quisesse, ele poderia reunificar a guilda novamente em seu comando e assumir o lugar de seu pai.

Nick não aceitou, falou que seu perfil era outro e não de ficar parado administrando guildas e crimes organizados. Os homens insistiram dizendo que se algum dia mudasse de idéia, que procurasse eles aqui nesta mesma cidade que eles estariam esperando para reerguer o império de seu pai.

Já era véspera da partida de Fenrir rumo a Caer Swn, cidade do Grande Rei Vortigern e também rei de Powys. A guilda tramava seu maior roubo em anos. O do castelo do príncipe da cidade. Treinavam para aquilo fazia meses, mas Nick com pouco tempo já pegara a essência do que seria o roubo. Todos olhavam e admiravam o garoto, pois ele era filho de Jim. O mestre da guilda, ainda não estava preocupado em perder a liderança para o garoto, mas de certa forma se sentia incomodado com aquilo.

Na estalagem, Fenrir já terminava de acertar os preparativos com o capitão da embarcação e já estava tudo certo. O saxão já saiu para procurar Nick, para ver se ele ainda toparia ou não continuar a missão. Eles também conversaram e se perguntaram se não era bom avisar aos nobres daquela cidade sobre o perigo iminente de guerra. Eles estavam receosos também em serem atacados pelos piratas, então foi decidido que após pegarem as armas no outro dia cedo, Fenrir se dirigiria até o Castelo do Príncipe e avisaria da guerra, pedindo proteção para ser guiado até Caer Swn.

 

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Os armamentos demoraram um pouco a ficarem prontos. Era de tarde quando ficaram. Os três amigos se encontraram no ferreiro. Falaram em partir para Nick, mas este disse que não, que deveriam esperar um pouco porque tinha que fazer algumas tarefas naquele dia. Sem dar explicações Nick vai embora. Urso vai terminar de preparar a embarcação, enquanto Fenrir se dirige ao castelo local para avisar o nobre.

Fenrir comprou um cavalo no rancho da cidade, e cavalgou pela tarde até o castelo do Príncipe. Chegando ao primeiro portão, ele teve sua passagem barrada. Somente pessoas de status poderiam entrar naquelas áreas. Foi então que Fenrir se lembrou da carta que Mordrick lhe dera para entregar ao Rei. Ele pegou a carta e mostrou ao soldado. O soldado vendo que Fenrir é um homem do sábio Mordrick e o assunto era de urgência, permite que o guerreiro entre.

Fenrir cavalga pelas terras do príncipe e atravessa mais algumas muralhas, até que chega a uma que está com seus portões abertos. Era uma torre que ligava por ponto ao castelo e única forma de entrar. O guerreiro desce de seu cavalo e o amarra em um local próximo, mas discreto. E quando se aproxima da porta da torre, vê que soldados se encontram caídos. Ele se aproxima e verifica o corpo. Estavam mortos.

O guerreiro começa a suspeitar de algo errado e saca suas duas espadas, entrando  na torre procurando traços de algum inimigo. Conforme ele sobe a torre até a ponte, ele vê que muitos soldados lutaram em vão ali e foram assassinados.

Enquanto isso dentro do castelo, os ladinos retiram o que podem. Quadros, tapeçarias. O custo disso tudo, foi render alguns poucos guardas. Mas eles não mataram. Não eram assassinos. Vários ladinos saiam com as coisas roubadas das janelas do castelo. Tinham que ser rápidos e furtivos. Nick era o que conseguiu mais obras de arte. Estava com um saco cheio de produtos do roubo. Não fora fácil pegar tudo aquilo, muito bem protegido pelos guardas em salas de extrema segurança para aquele tempo. Ele não quis render nenhum guarda, quis fazer do jeito clássico, do jeito mais difícil. Entrar sem ser visto e roubar algo que é vigiado por um incontável número de seguranças. Ele conseguiu.

Agora restava a Nick, descer o castelo. Teve muito cuidado na decida para não quebrar nenhuma peça. Lá embaixo os outros ladinos o esperavam. O mestre da guilda analisou os produtos do furto e, pediu que se separassem e saíssem daquelas terras. Dali pra frente era cada um por si, até chegar na base da guilda. Decidiram partir em grupo de três pessoas. Nick foi junto com o mestre da guilda.

Após passarem por dois guardas sem serem percebidos, por portas estreitas e caminhos cujo único modo de não serem vistos era irem rastejando, eles chegam à ponte. Ali sabiam que tinham que correr e o combate com os soldados era inevitável.

No meio da ponte, os três ladinos se encontram com Fenrir. Eles logo se assustam, o guerreiro os vira. Só restava agora render o guerreiro. Fenrir reconhece Nick e grita seu nome. O jovem estava espantado em ver seu amigo fazendo parte de um esquema desses, ele também pensou que foi o grupo da guilda que assassinou sem nenhum escrúpulo os soldados da torre. Fenrir olha com um ar de decepção para o amigo. O ladino não percebe o motivo de Fenrir estar assim. O mestre da guilda diz:

– Idiota. Como deixou que ele te conhecesse. – após dizer estas palavras ele joga uma pequena esfera no chão, que ao explodir, liberou muita fumaça.

No meio daquela confusão o mestre ladino fugiu, e seu companheiro ataca Fenrir no desespero de resolver aquele problema logo. Fenrir no reflexo se defende e com um golpe certeiro, fere o ladino gravemente que se desequilibra e cai da ponte que era muito alta. A fumaça passa e os dois amigos estão frente a frente paralisados. Fenrir quebra o gelo e explica o que viu a Nick e pede para ele ser sincero em nome da amizade dos dois. O ladino conta o plano deles e diz que não mataram nenhum soldado. Diante daquele quadro, uma pergunta não calava na mente de cada um. De fato havia uma terceira pessoa ou grupo que entrou no castelo, mas quem? O que queriam? Porque mataram muitos soldados?

Nick abandona o produto do furto ali, para acompanhar o amigo até o castelo, e descobrir o que está acontecendo, mas não foi preciso. Logo uma fumaça de gases fortes e enxofre toma a ponte.Saindo do castelo, a cavalgadas largas, estava um guerreiro de armadura negra que conduzia sua montaria infernal apenas com uma mão.

Em sua outra mão estava um saco, com algo dentro. Sua armadura era uma grossa couraça, forjada para a batalha, e adornada em relevos com uma técnica muito antiga que pouquíssimos dominavam, e diziam ser técnicas élficas. O soldado estava sem capacete. Fenrir conhece aquele rosto. A primeira vez que o tinha visto, aparentava uns 20 anos. Da segunda uns 45. Mas era o mesmo rosto. Agora o traço da idade, parece ser o de mais de 50 anos. Cabelos longos e brancos como a neve. Pele negra e orelhas pontudas. Era nada menos do que o capitão do exército Irlandês. O que fora trazido das profundezas, para a guerra. O elfo negro Drow.

Sua montaria fantasmagórica, para perante o guerreiro, ela estava impaciente. O elfo fita o homem. Pela primeira vez, Fenrir sente medo. Medo de morrer, e nada faz. Nick, este era a primeira vez que vê Drow frente a frente, a primeira que viu um elfo. O elfo continua a cavalgar com seu pesadelo infernal que relincha diabolicamente.

Agora os aventureiros sabem que algo ocorrera dentro do castelo. E precisavam descobrir o que é.

Ao chegar finalmente no castelo, vêem muitos soldados feridos e recebendo tratamento ali mesmo. Vêem alguns mortos. E outros soldados gemendo desesperados, como se tivessem visto o Diabo em pessoa. Muitos estavam histéricos e choramingavam. Parecia que metade do exército era composta por crianças patéticas, que choravam assustadas por medo do desconhecido. Fenrir com a carta de Mordrick na mão, não teve dificuldades de falar com as pessoas certas e ganhar a confiança do castelo inteiro. De fato a guerra não estava mais sendo preparada. Ela começou, e Drow já está movendo-se, enquanto a Bretanha inteira vive mergulhada em ilusão e o Grande Rei está completamente desinformado e despreparado para a guerra.

Fenrir chega à sala da alteza, e vê a princesa do castelo muito abatida. Ela chorava, mas chorava em silêncio. Era forte, uma guerreira nas horas de sofrimento. Seu marido acabara de ser retirado, para prepararem seu corpo para o sepultamento. A alteza estava com um conselheiro que a ajudava a responder os questionamentos de Fenrir e Nick, ela não estava em total condição de fazer isso sozinha. Seu marido foi assassinado, na sua frente e teve seu coração arrancado, quando ainda estava vivo, e colocado num saco por um elfo cruel e sem sentimentos. Que com suas manoplas metálicas, rasgou a pele do príncipe sem remorso e retirou sua vida, deixando seu corpo caído. Retorcido de dor, como se fosse um lixo.

A princesa pede que chamem o sábio do castelo. Ela diz que de ali em diante, ele guiará os aventureiros e explicará tudo sobre o fato ocorrido.

Eis que surge um velho de uns 60 anos de idade ou um pouco menos. Vestido com uma túnica velha de linho, de cor cinzenta. E protegido com um manto cinza escuro por cima da túnica. Tinha um chapéu grande e pontudo. Barbas e bigodes longos e grandes. Brancos. Andava se ancorando em um bordão, feito de carvalho com uma pedra, um rubi em sua ponta. Ele era Mordon G. de Bughar, o mago.

O velho, com seu ar misterioso interroga os jovens para saber o que os trouxeram até aquele lugar. Os jovens perguntam se o mago conhece algum motivo que levou Drow a fazer aquele ato bárbaro e o mago responde:

– As magias druidicas irlandesas nada mais são, do que uma variação corrompida de nosso culto celta. Seus cultos são conhecidos como cultos sangrentos. Eles veneram deuses e forças extremamente cruéis e negativos, e possuem um grimório de rituais inescrupulosos e proibidos para nós celtas. Ele está preste a fazer um ritual celta, no bosque azul, próximo daqui. Ele precisava de um coração de um alto nobre. Um coração fresco, que será preparado durante três noites. E na terceira noite de lua cheia, daquele ritual profano, o monstro adormecido no bosque azul, que fora trancado com uma magia branca nos planos distantes de nosso mundo retornará. Será um enorme aliado na guerra. A criatura conhecida como A Besta, completará sua força antes da última noite de lua cheia, e se tornará praticamente invencível. Os últimos dias da Bretanha se aproximam.

– Não se pudermos impedir. – diz Fenrir.

– Você está disposto a fazer isso? Se sim conversaremos com a princesa e prepararemos o exército para fazer uma busca pelo bosque e tentar interceptar o ritual.

– Claro que sim. Nossa meta é impedir que esta guerra tome repercussões maiores e você Mordon, será um grande aliado.

– Então vamos jovens. Temos muito trabalho a fazer.

 

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Urso saiu a noite com a demora de Fenrir para tomar um ar na cidade. Ele percebeu movimentos estranhos, e numa das casas antigas da cidade ele percebe um culto de pessoas saindo todos de preto, com capuzes nas cabeças. Ele percebe que não tem algo bom no ar. Após investigar e trocar algumas palavras com as pessoas certas, ele descobre que o capitão do exército Irlandês está por estas bandas. Ele pensa consigo mesmo:

– Aquele asqueroso está aqui. Me parece que andou nos seguindo. Fenrir precisa saber disso o mais rápido possível.

De posse destas afirmações Urso segue para a estalagem e fica a esperar Fenrir.

Quando Fenrir chega acompanhado de Nick e Mordon, antes que Urso diga qualquer coisa o guerreiro fala:

– Nossa viagem se atrasará em alguns dias.

– Então já sabe? – perguntou o saxão.

Fenrir conta tudo o que aconteceu e logo depois o saxão completa com as informações que ele conseguiu. O próximo passo era identificar o local específico do extenso bosque azul, onde o ritual será feito.

Foram três dias de buscas, estudos e táticas para encontrar o local onde A Besta despertaria e como fariam para interceptá-la. A esta altura Urso e Nick já estavam com seus cavalos, que também foram equipados de armaduras para as batalhas.

Era por volta das 5h da tarde, quando um dos batedores identificou com precisão uma clareira, onde um muro muito alto de espinhos se ergueu magicamente do chão. Provavelmente o ritual já estaria começando, pois a lua cheia aparecia bem fraca no céu. Boa parte dos soldados já estava em acampamento no bosque e partiram imediatamente. Entre eles estavam Fenrir, Nick, Urso e Mordon. O reforço sairia do castelo e logo deveria prestar auxílio. Eles partem para a guerra.

Quando chegam até a clareira percebem tudo, tal qual foi descrito pelo batedor. Os lanceiros deveriam ir à frente e tentar destruir uma parte da muralha. Arqueiros com flechas em chamas não eram uma boa opção, pois poderiam provocar um incêndio e isso só retardaria a destruição do ritual. Quando o exército de lanceiros se aproxima do muro, eis que surge de suas laterais, vários guerreiros que a primeiro lance parecem ser nativos irlandeses. Provavelmente são do primeiro batalhão que Drow trouxe para tomar Greenwich, se seus pensamentos estavam certos, o segundo batalhão já está na cidade base deles.

Com o plano de destruição da muralha complicado, as outras unidades de infantaria começam a batalhar para auxiliá-los. Logo percebem que as árvores começam a se mexer e a lutar ao lado do exercito de Drow. Fenrir pergunta ao sábio do grupo:

– Porque as árvores ajudam seus algozes?

– Porque estão sob domínio de magia dos druidas de Drow. – responde Mordon.

– Então há druidas lá dentro?

– Quatro druidas ajudam Drow a cumprir o ritual.

– Vamos Fenrir. Com golpes de machado e sua espada montante derrubaremos as muralhas. – diz Urso.

Os dois guerreiros partem para a muralha, recebendo cobertura de Nick com o arco e Mordon com a sua magia arcana. Fenrir desce da montaria e dá golpes com sua espada de duas mãos e Urso faz o mesmo com seu imenso machado de batalha novinho. Como são respectivamente armas de cabos e lâminas longos, não são afetados pelos espinhos da parede.

Mordon fica de longe prestando sua assistência. Imponentemente ele apontava seu bordão e bolas de energia atingiam o exercito inimigo, desequilibrando e algumas vezes até os ferindo. Quando percebe que as árvores estão influenciando muito na vantagem irlandesa, e passa a lançar pequenas línguas de fogo contra elas, equilibrando a partida. Quando Mordon começava a pronunciar palavras num idioma ininteligível e a balançar sincronizadamente seu bordão, com o ritmo de seu corpo, o céu também começa a fazer suas nuvens o mesmo movimento, até que raios começam a cair sobre os inimigos de Mordon. A primeira etapa da batalha estava praticamente vencida.

Fenrir e o Saxão têm muita dificuldade e ainda não conseguiram romper a barreira. Mordon se aproxima para ajudar e traça um círculo verde no ar que abre uma espécie de portal saindo poderosas setas verdes de energia. Fora feito os dardos místicos. Aquele impacto é suficiente para romper a resistência da parede e abrir uma passagem.

O ladino já desce de seu cavalo e começa a penetrar nas sombras da muralha para adentrá-la. Os guerreiros entram e vêem um pentagrama no chão. Vêem também três druidas elfos negros como em êxtase, convocando o ritual para a libertação da besta. Em cima do altar estava Drow, que parecia orar para seus deuses com clemência. O quarto druida era o humano que Fenrir outrora tivesse encontrado no barco e que escapou transformado em peixe. O saxão e o ladino ficaram com muita raiva dele, e era o mesmo que estava controlando as árvores.

Os elfos negros tem o costume sempre de andarem acompanhado com suas panteras negras. E ao gesto de um deles, elas vão para cima dos guerreiros. O saxão resolve cuidar delas e fala pra Fenrir destruir o ritual enquanto isso. Nick ainda não utilizou seu ataque furtivo. Ao ver Fenrir se aproximando ele decide esperar e conferir se há algum truque diante daquele pentagrama.

O guerreiro corre armado e se prepara para desferir o golpe no altar. Drow se levanta calmamente como se o ritual estivesse concluído. Ocorre um tremor na terra naquele momento, e os druidas caem no chão. Neste instante a cavalaria e tropa de ajuda chega no local para aprisionar os irlandeses sobreviventes. Fenrir desfere seu golpe e tem sua espada arremessada muito longe e ele cai com o impacto. Como se tivesse atacando uma parede de metal.

Os druidas não foram ingênuos. Levantaram uma proteção invisível antes de começarem o ritual, para se acontecesse qualquer imprevisto com a muralha de espinhos, eles saírem-se bem.

Mordon lança uma fatal magia conhecida como mísseis mágicos num dos elfos negros e o vence. Fenrir se levanta pegando suas duas longas espadas e atacando Drow, mas o elfo desaparece diante de todos dando uma cruel gargalhada. Enquanto os druidas se levantam, Nick pega o druida humano completamente indefeso, e este não acaba resistindo. Urso conseguiu dominar as panteras, e ao custo de muitas mordidas e ferimentos deitou todas.Restava agora a eles vencerem dois druidas elficos.

De repente, enquanto todos organizavam seus pensamentos para desferirem mais ataques. Um raio une o céu e a terra, e um relâmpago cega a todos por segundos.

Conforme a visão voltava, eles contemplaram uma criatura toda negra, semelhante a um gorila. Muito alta e forte. Possuía três pares de chifres e garras de um tamanho fora do comum. Suas mandíbulas eram igualmente grandes. Ela era: A Besta.

Neste momento os dois elfos negros tentam se teleportar e fugir da devastação, mas Mordon já sacara o truque e usou uma contra-mágica poderosa o suficiente para anular o feitiço. Isso deu tempo, para o exército vir e aprisionar os elfos. Mas não para a criatura começar a sua devastação.

Oito soldados lutando simultaneamente não eram suficientes para combater a Besta. Muitos estavam se ferindo com apenas um golpe dela, além dos que tinham o azar de serem agarrados e mordidos por ela. Estes ficavam mutilados.

Fenrir pega sua mágica espada e desfere seu raio contra a criatura.

Nada parece acontecer.

Mordon parece estar sem força mágica e diz isso aos aventureiros. Ele desfere seus últimos mísseis mágicos e bate em retirada. De um de seus dedos, brota um feixe de luz que parecem crescer com a resistência da atmosfera e ao se aproximar uns 3m da criatura, sobe até o céu e se multiplica em três grandes mísseis que caem sobre a área onde a criatura está. Com a explosão sobe também muita poeira, mas acabando isso, lá está a criatura imponente de novo.

A Besta está ferida e furiosa. Fenrir usará de velocidade para vencê-la, portanto pega suas espadas longas mais uma vez. Urso opta pelo mesmo e com suas duas machadinhas recém forjadas, parte com fúria pra cima do inimigo. Nick prepara os dardos que Fenrir pegou na primeira batalha contra o Drow.

A Besta parece que luta de igual pra igual com os dois juntos. Suas novas armaduras impedem estragos muito maiores, mas não impedem os ferimentos. Nick descarrega alguns dardos brancos ficando apenas com cinco. Isso parece afetar a criatura um pouco. Mas esta furiosamente arremessa urso contra a parede de espinhos, e o deixa atordoado e gravemente ferido.

Fenrir percebe que a região do coração do monstro está meio desprotegida e finca sua espada lá. A Besta se chacoalha pra todos os lados derrubando Fenrir. Ela logo retira a espada e parte pra cima de Nick.

– O coração. – grita Fenrir.

Nick entende o recado e manda um dardo vermelho direto no coração da Besta. Esta para e urra de dor. Este foi o tempo para Nick fugir da batalha, deixando Fenrir sozinho com a criatura. Fenrir corre na direção do monstro que está de costas e com um dos pés apóia na coluna do monstro pegando impulso e girando num salto mortal de frente para a criatura. Antes de completar o salto ele passa sua espada longa no coração da criatura, que parece ter saído uns 50% para fora do peito com o golpe.

A criatura dá muitos golpes no aventureiro que com as ultimas forças, consegue dar mais um golpe de espada e separa o coração do corpo da criatura. Ela cai como um peso inanimado. E o coração ainda pulsa no chão.

O guerreiro reúne uma força sobrenatural para levantar a parte superior de seu corpo, e sentado pega o coração. Ele balbucia algumas palavras, como se estivesse pedindo perdão ao príncipe, e esmaga o coração corrompido pelo ritual necromântico.

Após isso, os guerreiros remanescentes e mais forças de auxilio, formadas por plebeus voluntários, ajudaram a pegar os feridos e levá-los até a cidade para receber um melhor tratamento. O grupo de Fenrir ficou três dias no castelo recebendo tratamento, até melhorarem.

Este foi o tempo para que Mordon recuperasse suas energias místicas. Ele usou um feitiço de aprisionamento, trancando o corpo da criatura, num semiplano criado por ele. Ele fez questão de esquecer o processo reverso e não escrevê-lo em tomos, para que ninguém mais fizesse o mesmo ritual de libertação.

Após o grupo de aventureiros receberem as devidas honrarias, eles partem com Mordon e com três navios de guerra auxiliares, para fazer a segurança dos heróis. Na cidade é declarado estado de guerra, e isso afetará a rotina dos plebeus. Os portos começam a serem reforçados com arsenal bélico, juntamente com canhões posicionados nas muralhas do castelo.

Fazia muito tempo que a cidade não se rearmava assim. Com essa preparação, a invasão inimiga será improvável. As tropas costeiras começam a circularem constantemente os arredores da cidade, e todos esperam o comando do Grande Rei. Para a guerra contra a Irlanda.

Tiago Alves Rafael
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