Over the Edge RPG (resenha)

Existe uma cidade, em algum ponto do Mediterrâneo, que foi comprada durante a Segunda Guerra por uma mulher oportunista… que se sagrou Presidente Libertadora, enquanto criava uma linha de poder para sua família.

Nessa cidade, organizações secretas disputam poder.
Tecnologia experimental gera de super poderes a abominações.

Magia existe.

Psiquismo existe.

Alienígenas e seres de outras dimensões disputam espaço com o cidadão comum.

Parece um episódio de Além da Imaginação, certo?
Mas é um RPG… Além dos Limites.

INTRODUÇÃO

Over the Edge é um RPG da Atlas Games, situado na ilha fictícia de Al Amarja, classificado como “um RPG de perigo surreal”.

“Surreal” é uma ótima palavra. A mistura de gêneros possível no jogo é impressionante. Invasão alienígena, terror extra-dimensional, ação tresloucada… Existe pelo menos uma meia dúzia de organizações e PdMs que se prestam a cada estilo de jogo.

O LIVRO

Em um bonito formato americano de capa mole, o livro é recheado de vários tipos de ilustrações cruas em preto e branco, de diversos estilos, que dão bem a variedade de opções aberta. Um ponto forte é que praticamente todo o livro é composto de cenário: uma cidade padrão da ilha, mapas, divisão de bairros e organizações em cada um… A riqueza de detalhes só não é maior porque o livro peca em citar referências a outros livros da série praticamente o tempo todo. É frustrante ter tanto em mãos e ficar com a sensação de que falta tanto quanto se têm.

RRRREEEEGGRRRAAAAAAZZZZOver the Edger cover
A criação de personagem é absurdamente simples, dando inclusive espaço para tanto power gamers sedentos por combos quanto para deep roleplayers que querem se perder na psiquê dos personagens. Baseado em uma série de Traits (Características), o jogador escolhe quais são as áreas em que o personagem é superior, mediano ou inferior, e ganha um número variável de dados-base para rolar de acordo com a característica mais apropriada. Isso será modificado por circunstâncias e equipamento a critério do Mestre de Jogo. Bem simples. Isso pode ir, dependendo do estilo da mesa, desde algo inócuo como “Excelente Cozinheiro de Trutas” até algo tão insano quanto “Manipulador da Realidade”.

O conceito de personagem é igualmente variado e divertido. Sugestões do próprio jogo incluem “Criatura do Bem Celestial Aprisionada em Corpo Mortal”, “Escritor de Peças de Teatro Buscando Inspiração”, “Ciclista Durona”, “Zumbi Libertado de Seu Mestre Voodoo em Busca de Liberdade Total”.

A evolução de personagem é feita através de Dados de Experiência, que podem ser mantidos como uma pilha de dados reserva a serem usados como bônus, ou gastos definitivamente para se aumentar ou adquirir um Trait.

E é basicamente isso.

CENÁRIO

Ame, ou odeie.

Over The Edge é para ser exagerado, rápido, e insano. Aventuras podem ser sobre o controle de drogas em um beco na primeira cena e terminar com o destino de 13 dimensões na mesa. TODA uma campanha pode ser narrada simplesmente tentando tirar um grupo de turistas do Aeroporto não-Euclidiano do lugar…

Se você gosta de pensar em RPGs drogados, este é seu nicho. Ou não. Intriga política, ficção científica, até mesmo fantasia urbana têm seu lugar. Talvez o maior desafio de um Mestre de OtE seja peneirar o que usar antes de começar. Como a própria ilha de Al Amarja e a cidade padrão The Edge, perder-se é uma questão de virar na esquina errada…

NOTAS (de 1 a 6)
– Layout/Arte:
4. Tem um tom anos 90 que eu definitivamente curto, com tons de cyberpunk e nanquim nada maus.
– Texto: 4. Simples, e eficaz, mas o uso de termos in-game off-game o tempo todo acaba sendo um pouco confuso.
– Conteúdo: 5. O jogo só não atinge uma marca máxima pelo excesso de referências externas, mas com certeza ele dá MUITO pano para manga.
Nota Final: 4 (Vale a pena. Mesmo.)

Por Rafael Ramos Blanco
Equipe da REDE
RPG

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