Vampiro 5ª Edição: Manual de Poesias Anarquistas (Vencedor do I Concurso Literário V5)

Manual de Poesias Anarquistas foi o vencedor do I Concurso Literário de Contos – Vampire (V5), promovido pelo grupo Vampire (V5) do Facebook. Seu autor, Jay R. Obertus, inovou e surpreendeu nos trazendo, em vez de um conto em prosa, uma narrativa em forma de poemas! Confiram a seguir!

Manual de Poesias Anarquistas

O Abraço

Quando o azul não era azul
E a tristeza preenchia,
Encontrei-me em teu abraço
E passei a dividir tua rebeldia.

Por tua pele de cetim delirava
Você mordia e em êxtase eu entrava.
Do teu sangue eu bebia
Eram loucos aqueles dias.
Nada, nada eu entendia.
Eu só queria mais de você
Não me importava nada,
Nem ser apenas bijuteria.

Naquela noite realizou meu sonho
Ao seu mundo eu me entregava.
Na verdade não tive escolha
Tua presença me cegava.
Teus olhos fitei em meu ultimo suspiro,
Foi doce ver minha vida indo
E você me acordar como um vampiro!

E assim me tornei Brujah.
O teu legado imponente,
Essa existência é uma guerra
permanente.
Disse-me que é um clã de guerreiros,
Bebi teu sangue novamente.
De suas crias fui o único, o primeiro
Eu sentia fome, tu me alimentava,
Quanto mais e mais eu bebia
Mais e mais eu a amava!

A Rebelde

Eu quero a morte do Principe
Sou uma Brujah da anarquia,
Não tenho compaixão
Para ele desejo a morte em agonia.
A revolução é meu nome,
O ódio sobrenome,
O dia que te encontrar
Saciará minha fome!

A sociedade é fascista e insolente
Transforma um garoto bonzinho
Numa besta inteligente.
A Camarilla é corrupta
E nos deixou com feridas abertas.
A cura perdeu o significado
Não estamos perdidos
Nem com sonhos quebrados.

Ou lutamos ou morremos,
Nossa luta nunca terá fim.
Nunca desistiremos
De tombar a torre de marfim!

Algaravia

Corre, corre vontade de lutar,
Agora não tem mais solidão
Que te impediam de alcançar
O que tanto ansiava,
Soltar o grito de revolução!

Vá em busca da Algaravia,
Acalentar todo o vazio
E enfrente os predadores
Que capturam os teus sonhos
De matar quem nos traiu.

Um, dois e três o Dj é carniçal.
Mulheres homens e mendigos
Estou com uma fome colossal.
Hoje é Algaravia disse o barão,
Sai por aí e procurei.
Eu quero sangue! Que tesão!
Nessa agradável noite, me saciei!

Nunca nade em um aquário
Pois os peixes são mesquinhos.
Queira o mundo e o mar
E beber Ventrue de Canudinho!

Entre irmãos e o gado me deleitei,
As algaravias são memoráveis
Daquela noite guardei fotos
Somos guerreiros e filósofos
Por que nos chamam de ralé
A Camarilla e seus chimpanzés?

Lá estava você linda e radiante,
Quando a vejo, Senhora, quase sinto
O meu peito palpitante.
Bebo teu sangue, como de costume,
Vejo-te com outros na Algaravia
Vou embora com raiva, ódio e ciúmes.

Perdendo Irmãos

Não é de agora me falaram,.
Os mortais começaram a matar irmãos
Dizem que compilaram conhecimento
E organizados em Segunda Inquisição!

Deles temos que nos esconder,
Na anarquia manter a máscara
Disse minha amada senhora .
São tempos como outrora,
O caçador virou a caça
A cautela a nova lei,
Ou em cada noite uma desgraça

Pegaram Mithras, o Ventrue.
E os Tremere em Viena.
A Camarilla apodrece,
Prepotência é sua gangrena

Mas também tivemos perdas.
Dizem, não temos organização.
O que diria Salvador Garcia,
Prudência, companheirismo e prevenção
Para a Anarquia ele disse no manifesto,
Para destruir a camarilla como protesto!

Em tudo isso minha senhora,
Comprei armas e desenvolvi a rapidez.
Quero lutar por ti e salva=la do perigo
Nem que seja minha última estupidez!
Em tempos de paz ou guerra
Apenas busco sua proteção.
Você me abraçou para isso,
Para proteger sem nenhuma exceção.

Novamente bebi seu sangue,
O laço forte que temos é visceral
Penso em ti em todo momento,
Nosso amor unilateral.
Obcecado em você não senti nada,
Quando trouxeram a terrível notícia
Mataram o irmão Brujah,
Invadiram seu refúgio, era a polícia!

A Segunda Inquisição nos assusta
O que me resta é cumprir o meu papel,
Na Anarquia sou protetor do teu cartel.
Por ti vou ao encontro feliz da morte
injusta!

Tic Tac

Em uma ocasião meu amor viajou
Tarde da noite me senti sozinho.
Foi terrível tua ausência,
Foram pouco dias, sem caminho.

Tic Tac, Tic Tac

Eu estava no escuro meu amor,
E não pensava em mais nada adiante.
Era tão triste bem mais tarde na minha
cama.
E a solidão me sufocava sem você.

Tic Tac, Tic Tac

As horas que passavam
Não olhavam os ponteiros,
O nervosismo que chegava
Enchiam-se os cinzeiros.

Tic-tac, tic-tac

Curve-se senhora besta
São dias de monotonia,
Olhar para os lados não adianta
Morreremos de agonia.

Tic-tac, tic-tac

Durante o dia nem dormi
Me enraivecia a insônia,
Lutando entremeio as cobertas
Por uma vida não errônea.

Tic-tac, tic-tac

O ócio carcomiam os dias
Uma unha ruída para todos os ruídos,
Apego das memórias
o martírio de sofridos.

Tic-Tac

O Barão

Minha senhora decidiu
Vamos lutar em outra guerra.
Mudamos de cidade e domínio
Estão para conquistar a nossa terra.

A Camarilla nos cercou,
mataram nosso líder.
Vamos nos fortalecer,
Voltar mais fortes e vencer.

“Falsidade, cinismo e ironia,
Qualidades de um mundo esnobe.
Bondade, fé, solidariedade,
Defeitos do povo burro e pobre.”

Essas eram as palavras do Barão,
Mas não eram as mesmas que falavam
Para os Brujah na Camarilla
Antes que desertássemos em revolução?

Eu passei a ponderar, mas não contei.
Não queria irrita-la, não sou harpia,
Qual a diferença entre nós e eles
Se a hipocrisia chegou a Anarquia?

Nem olhava o Barão, era poderoso.
Matava qualquer um com uma mão.
O que ele tinha, me perguntava,
Depois eu soube, era outro Ancião.

Embora isso, foi proveitoso,
Aprendi segredos formei uma gangue.
Reforçamo-nos pra vingança
Como é a história de nosso sangue!

Ouvi sobre Cartago como um conto
Troile, Tyler e outros idealistas.
Absorvi tudo sem contrapontos,
Não seria louco entre sandinistas.
Mas uma narrativa foi como mel,
Hardestadt sendo morto por Theo Bell!

Assim nos preparamos minha Senhora,
Compreendia o mundo nessa hora.
Preparamos a cruzada após três anos
Arrancaríamos de nossa cidade os
tiranos!

Pedra de Toque

Nesse tempo em viajem
Por objetivo importante,
Para aprender o legado
Em pensamentos constantes.
Eu estava nervoso,
Voltei pra casa relutante.

A besta que veio com a maldição
Ela grita dentro de mim
Quer corromper meu coração.
Mantenho fortes convicções
Essa é minha guia moral
Os laços ainda são fortes
O meu amor paternal.

Hoje sei eu sou um monstro
Mas um dia tive filhos,
As vezes mando dinheiro
Pra que sigam outros trilhos.

Parece intimo a ligação,
Eles fortalecem o meu ser.
Impedem que a besta beba
Minha sanidade por lazer.

Fiquei longe alguns anos
E por dentro sofri,
Agoniantes os dias
Novamente aqui.

Vocês meus filhos estranham
A palidez do meu rosto,
Manchas de sangue na roupa,
Eu só trouxe desgosto.

Sou egoísta admito,
Olha todo o risco que passam
Pela vida que levo.
Mas se estou vivo até agora
E porque em meu coração os carrego.

Depois do reencontro enfim
Decidi observa-los de longe,
O melhor é o distanciamento,
Ama-los em meu peito
Vocês em risco é tormento.

Fome

Parte I
Sangue, sangue,
Eu quero sangue.
O que passa em mim
Eu não entendo,
Fome, sangue.
Meus dentes rangem.
A besta grita:
“Fome, Fome
Quero alguém agora
Não quero um nome!”

Fome, Fome e sangue.
A qualquer custo
Eu quero sangue!

Mate alguém agora
Dê-me sangue.
A besta é forte
Não controlo nada
Eu quero sangue!

Vou para rua
Não importa nada,
Matei alguém,
Como é bom
O seu sangue.

Parte II
Nesse momento
Eu percebo
O corpo sem vida
Em meu colo
A besta que fez isso
Digo pra mim mesmo
Enquanto largo
Alguém ao solo.

Tento justificar
Mas a verdade
É que a besta
Sou eu ao matar.
Dominado pela culpa,
Sigo minha existência,
Tentando ter domínio
Para caçar com prudência.

Voltando para Casa

Nossa cidade não era a mesma,
As noites eram mais escuras.
Perdidos em nossa casa,
Houve outras rupturas.

Muitos que conhecíamos se foram,
Outros estavam eu seu lugar.
Buscamos em todos os lados,
A verdade de contra quem lutar.

Os Nosferatus disseram,
Que os Anciões debandaram.
Quem estava no poder,
Outras alianças forjaram.

Para conquistar o nosso
Baronato de volta,
Fomos buscar informações
E acalmamos por hora a revolta.

Fomos até o Anarquista vizinho,
Era um Gangrel renomado.
Soubemos de suas crias,
Ele atendeu a um Chamado.

Para onde foram os Anciões ,
Era uma incógnita pertinente.
Não importava quem fosse,
O príncipe, um outro oponente.

Naquele momento percebemos
Que o caos seria um aliado,
Nossa vingança deixaria
Um Ventrue diferente chocado.

Foram meses planejando
Acostumar-nos com o ambiente,
Conquistamos as influencias
De vampiros agora ausentes.
Descobrimos que os Anciões
Foram lutar no oriente!

Novos Aliados

Éramos muitos os que queriam
O fim do governo elitista.
Caçadas de sangue para todos nós,
Sangue Fracos, Caitiffs e separatistas.

O Xerife era um cão daquele Príncipe
Uma torre podre de marfim.
Caçava os neófitos por sangue,
Era sua natureza Banu Haqin.

Conseguimos apoio de quem queria
Ser o Barão da Zona Norte.
Prometeu com sangue e sua palavra
Ajudar na conquista até a morte.
Não parou até aí seu comprometimento
Jurou a nós todo o suporte.
Que para destruir quem estava no trono
O faria por esporte.

Os Anarquistas acreditavam no sonho
De liberdade entre Vampiros.
Até mesmo o Ministério Setita
Costurou acordos em papiros.
Mas nada foi tão surpreendente
Um novo aliado que até hoje eu admiro.
Não vamos nos enganar
Em confiar em seus suspiros.

Uma Coterie misteriosa,
Contou o ocorreu com sua família.
Incrédulos ficamos,
A pirâmide Tremere ruía.
Eles se denominavam Ipsissimus,
Bom saber que a torre queimava e ardia.
Muitos segredos de seu Clã
Eles ensinaram a Anarquia,
Minha Senhora os aceitou,
Ela pratica com eles Taumaturgia!

Eu os vi juntos muitas noites
E fui atacado por ciúmes,
Bebi do pulso e seu corpo
Acalmei como de costume.

Discurso de uma Rebelde

Irmãos e Irmãs,
Todos os que foram injustiçados.
Vitimas sem nem saber porquê,
Que viram seus lares destroçados.
Os que ganharam alvos em suas costas,
E por algozes e Xerifes Caçados.
Chegou o dia do levante,
Mataremos porcos abastados.
Ergueremos a bandeira de Garcia,
Fazer queimar o Principado!

Não seremos mais fantoches na Jyhad
A Camarilla nunca foi a solução.
De pé quem foi escravo do sistema
E não aceita essa servidão.
Venham comigo para a luta
Buscar vingança e destruição,
Daqueles que nos manipulam
E dos jovens querem adulação.
Essa noite haverá a Revolta
Contra os que buscam nossa execução.
Levantem as mãos aqueles que querem
Soltar o grito de revolução!

Orgulho de uma Criança

Nessa fase conturbada
As cores de seu discurso urgia.
Fitava você naquele instante,
Que lampejo de magia!

Meu sentimento por ti, exaltação.
Tua pele perolada, perfeição.
A inteligência que admiro, imensidão.
Os lábios suculentos, emoção.
As curvas que seduzem, que tesão.
Tua voz que estonteia, dominação.
O seu coração que abraseia, rendição.

Na minha Senhora tudo é lindo
Tudo vale a pena, tudo é saboroso
As maçãs do rosto eu degusto
real, irreal, me sinto esplendoroso
Em sua presença me sinto bem
Com teu sangue em mim sou poderoso.

Oh, Minha Senhora Brujah.
Oh, vida minha.
Oh, minha Rebelde.
Oh, dona do meu ser e existência.
Como eu amo o meu amor.
Como mia meu amor.
Amor mia de amor meu.
Amor meu mia amado.
Meu amor mia amor.
Meu amor, amado mia.
Amado amor, mia.

Não sei mais o que estou sentindo.
Não sei mais o que estou pensando.
Apenas tenho a certeza que te amo.

Cruzada

Correndo noite adentro,
Cada Coterie fazendo sua parte.
Revolução, sentença e justiça.
Honrar o manifesto e seu Estandarte!

Alguns irmãos foram à Capela,
Outros matar primogênitos por diversão
Muitos cometeram Diablerie,
Sem se preocupar com a danação!

Nessa noite não havia lei,
Os novos se erguendo em rebelião.
Faça o que tu queres,
Pois não haverá nenhuma punição!

Organizados fomos destruir o Príncipe,
O Elísio era sua morada.
Fomos para matar ou morrer,
Encontramos o Xerife na entrada!

Cercamos o lugar, nosso plano infalível
Era, disciplinas, fogo e explosão!
Não havia como escapar,
A Rebelde se proclamava o Barão!

Com minhas mãos matei
Muitos guardas e a Harpia,
Ela implorava misericórdia
Fogo no seu corpo que ardia!

O Xerife tentou escapar
Não tinha onde se esconder,
A Rebelde arrancou sua cabeça
Em seu rosto vi prazer!

Procuramos o bastardo Ventrue
Era Príncipe por herança ,
Sua casa estava em chamas
Vencemos o medo por vingança!

Minha Senhora e eu o encontramos
O combate em meio ao fogo foi mortal,
Vi a Rebelde sendo destruída,
Matei o Príncipe em meio ao Caos!

Noite que sofri, procurando tu em mim
Com tua falta pensei no suicídio,
Tive escolha, na beira do precipício.

Laços Quebrados

Faz um ano e a cidade é Anarquista,
Agora sou dono de um Baronato.
Era para ser minha Senhora,
Mas eu cometi o principal assassinato.

A vi virando cinzas, seu corpo sendo
destruído, adiante ali carbonizando,
Nosso laço de sangue acabava
E meu amor deteriorando.

Percebo que em todos estes anos,
Não havia amor, teu escravo eu era.
Me prendia por um laço, vagabunda,
Hipocrisia que impera!

Dediquei o meu amor,
Não valeu a pena,
O arrependimento em meu coração
Que se apodrece em gangrena.

Numa relação assim,
Um aproveita a servidão,
O outro, o sofrido
É um prisioneiro da ilusão.

Teus erros me machucam,
Lembranças arrasadas.
Tristeza de alma, tempo perdido
As promessas não realizadas.

O que diz o Manifesto Anarquista,
Seus ideais faço valer.
Não permitirei nenhum outro sangue
Em minhas veias correr.

Ensinou liberdade e igualdade,
Salvador Garcia em sua expressão.
Não permitirei em meu domínio,
Um Vampiro escravizando outro irmão.

Por Jay R. Obertus

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