Dicas de Jogo #164: 9 maneiras de dar vida aos guardas da cidade

1. Alto lá! Quem é você?

Esta é uma pergunta que um guarda pode fazer centenas de vezes durante a sua carreira sem nunca terem se confrontado pessoalmente com ela. Quem são os seus guardas, afinal?

Os guardas vêm de todas as esferas da vida. O filho de um rico comerciante pode sentir a necessidade de provar o quanto é bom, ou um aldeão musculoso pode decidir que ele bateu seu último prego na cerca e quer portar armas em defesa de sua cidade natal.

Seja qual for o caso, há uma regra de ouro com a qual você pode contar: quanto menor a cidade, maior a probabilidade de que os guardas irão estar emocionalmente ligados a essa cidade, e vão levar mais pessoalmente qualquer ameaça à sua cidade natal.

Nas cidades maiores, no entanto, você encontrará um pouco mais de distância emocional e / ou corrupção. Guardas podem ser desde ex-mercenários que precisam de uma renda até cidadãos comuns que procuram um emprego decente ou até mesmo bandidos que gostam de bater nas pessoas.

Tenha em mente que trabalhar como guarda dificilmente gera uma boa renda. Os criminosos quase sempre pagam melhor. Assim, quanto mais pobre for a economia de uma cidade, mais pobres serão os guardas e maior o número de corruptos. Quanto mais o guarda se preocupar com sua casa, melhor será o trabalho que ele vai fazer. Quanto menos o guarda for pago pelo seu trabalho perigoso, maior será a probabilidade de que ele vá aceitar um suborno.

2. Diga o que você quer.

Então porque há guardas na cidade, afinal? Um grande motivo é ajudar a manter a ordem social. Sem guardas haveria tumultos, saques, e uma eventual quebra da paz, comércio e segurança pessoal. Essa é a sua principal tarefa. Mas os jogadores e mestres tendem a esquecer que os guardas também podem ser funcionários públicos. São poucas as chances de que você encontre alguém que conhece o seu bairro melhor do que o guarda local. Eles podem dar indicações PCs, terminar brigas, resolver conflitos e manter a cidade limpa dando bronca nos arruaceiros.

Às vezes, os guardas são especializados em uma determinada tarefa. Os inspetores, detetives, espiões e caçadores de recompensas são todas especializações que um guarda poderia ter para acabar com uma quadrilha de contrabando ou descobrir quem está vendendo essa nova e perigosa droga no bazar.

3. Venha comigo.

Qual a força dos seus guardas? No geral, uma cidade grande deveria ter um número suficiente de pessoas disponíveis para lidar com qualquer ameaça que possa surgir – mesmo um grupo ensandecido de personagens dos jogadores. Os guardas devem estar preparados para lidar com ameaças em larga escala e deveriam ter certas pessoas designadas para fazer essas tarefas específicas.

Por exemplo, alguns PJs experientes decidem roubar a jóia de uma loja local, mas seu plano vai por água abaixo, chamando a atenção de alguns guardas nas proximidades. Torna-se evidente que a patrulha passando não é páreo para os PJs, portanto, soam o alarme. Poucos minutos depois, ao invés de enviar uma multidão de guardas inexperientes para sua perdição, o magistrado envia dois magos fortes com uma matilha de sabujos das sombras para rastrear os ladrões.

Os guardinhas feijão-com-arroz são fisicamente efetivos contra os seus PJs apenas por um curto espaço de tempo, mas mesmo nos níveis mais altos eles ainda são o longo braço da lei, e não cooperar com eles quase sempre vai chamar a atenção de seus superiores mais poderosos.

4. Baixe a arma!

Como os guardas fazem o seu trabalho? Poucos guardas gostam de lutar (embora certamente existam alguns que gostem!). Como qualquer pessoa, eles querem que o seu trabalho seja tão fácil quanto possível, e assim, geralmente pedem apenas para que um indivíduo se desarme, para que possam prendê-lo e resolver o assunto. Na maior parte das vezes, apenas um guarda maligno iria matar alguém simplesmente porque é capaz de fazê-lo.

5. Então, você está me oferecendo um suborno …

O Livro do Mestre do D&D 3 sugere que os guardas ganham cerca de 2 peças de prata por semana. Isso não é um muito dinheiro, especialmente não o suficiente para pôr a sua vida em risco. De fato, é difícil sobreviver com esse tipo de salário. Mas aí entra o suborno.

Às vezes, oferecer um suborno pode valer a pena, embora possa resultar em uma pena ainda mais severa. A maior parte disso tem a ver com o valor da propina em proporção ao risco que o guarda corre ao receber o suborno. É mais fácil, digamos, que um batedor de carteiras se livre de uma enrascada oferecendo ao guarda todo o ouro roubado do que se um assassino tentasse se livrar logo após um guarda ter testemunhado o assassinato que ele cometeu num beco. Crime menor + pagamento substancial = boas chances de suborno.

6. “Ele caiu na minha espada, capitão.” “Oito vezes?”

Até onde um guarda irá? Como mencionado anteriormente, um salário de duas peças de prata por semana é uma ninharia, e não vale a pena ser executado por isso. Portanto, o guarda da cidade média vai ser relutante em exercer a sua função quando há uma ameaça física imediata. É por isso que os guardas andam em grupos. Mesmo se estiverem na desvantagem numa luta mano-a-mano, em grupo eles podem dominar um oponente mais forte.

Os guardas da cidade grande estão apenas fazendo seu trabalho, enquanto os guardas das cidades menores, muitas vezes estão lutando pelo lugar em que vivem. São esses guardas que às vezes vão se jogar contra o perigo, apenas para tentar proteger sua cidade. Até que ponto o guarda vai depende muito do seu investimento emocional na cidade e o investimento financeiro da cidade nele.

7. Prendam-no.

Crime e Castigo. Os guardas não lidam muito com os PJs após sua prisão, mas os guardas mais enfezados e irritantes tendem a se divertir insultando e provocando indivíduos que estão presos em celas ou qualquer outra forma de exposição pública. Dar um bom pontapé ou cuspida faz maravilha para a sua moral. Às vezes, o guarda responsável pela prisão fica encarregado de supervisionar o prisioneiro e, ocasionalmente, é ordenado a guardar o prisioneiro diretamente (especialmente no caso dos criminosos mais poderosos).

8. O braço sobrenaturalmente longo da lei

A magia revoluciona completamente crime e castigo. Não é de admirar que os clérigos e magos geralmente sirvam como juízes. Um simples “Detectar Mentiras” pode fazer maravilhas, e uma bola de cristal pode perseguir qualquer inimigo do estado com facilidade. Em uma sociedade boa, cheia de magia, a justiça é quase sempre justa e provas são fáceis de se obter. Em algumas cidades particularmente poderosas, é possível encontrar os capitães de guarda que possuem medalhões de detecção de pensamento, ou botas de velocidade para ajudar no interrogatório e captura de criminosos. Além disso, a magia também pode ser usada na prisão de criminosos particularmente desagradáveis. Há certamente várias magias que poderiam ser usadas para conter um prisioneiro de forma eficaz.

9. Nada para ver aqui!

Finalmente, tendo dito todos os itens acima, os guardas são uma parte sempre presente do pano de fundo: lentos e sonolentos nas cidades pequenas, perpetuamente em movimento nas grandes cidades, interrogando este ou aquele traficante suspeito, ou separando dois bêbados na frente de um taverna qualquer. Eles podem ser qualquer um, com suas próprias personalidades, gostos, desgostos e caprichos, e eles podem trabalhar por amor a sua cidade, salários baixos, bondade, ou alguma combinação destes elementos. Eles vão de santos a bandidos, mas o ponto final é que eles estão lá para defender a lei, que é sua primeira prioridade. Normalmente. Quer estejam usando magia para arrastar os bandidos, quer estejam arrastando os maus por usar magia, os guardas são a essência da lei e da ordem, e merecem respeito, porque em algum lugar naquele grupo vai estar alguém que não vai ter medo de te levar em cana.

Um artigo feito pelo convidado Pahl
Presidente da Black Shamrock Games
Tradução: Vinicius Alvim
Equipe REDERPG
Fonte: Roleplaying Tips

***

Share This Post
Written by ViniciusZoio
I'm just a simple man trying to make my way in the universe.

Leave a Reply