Geografia: A Ferida

Saudações, aventureiros! Imaginem como seria um lugar onde mesmo algo que é imortal pode morrer. Imaginem vastidões desoladas cobertas de chagas, como gigantescos cadáveres, eternamente em putrefação. Imaginem quilômetros de colossais lápides erguidas em honra aos poderes divinos que se foram. Imaginem anjos que caíram em devassidão além do mais maligno e insano demônio. Imaginem uma cidade construída com os ossos dos deuses… Agora, imaginem como a realidade de vivenciar tais lugares pode ser muito, mas muito pior. Sejam bem-vindos à Ferida, e que os deuses mortos tenham piedade de seus espíritos…

A Ferida é o nome dado pelos habitantes da Sétima Lua para a desolação que devora o centro do continente de Aldar e que marca o local onde caíram os deuses em morte após terem selado a Aniquilação no Mundo Primordial. Uma vastidão amaldiçoada que se estende por centenas e centenas de quilômetros. Terras áridas consumidas por tempestades impiedosas com vontade própria, desertos de obsidiana, rios de veneno e outros cenários possíveis apenas em planos de existência infernais e nos piores pesadelos dos heróis. E todo esse mundo de horror é apenas uma pálida e patética sombra. No final das contas, ele nada se compara com a Fenda, o verdadeiro coração da Ferida. São nessas profundezas que jazem os corpos dos deuses, seus restos ainda em agonia após mais de dois séculos queimando sob as chamas da Aniquilação.

A Ferida é um dos desafios finais de Crônicas da 7ª Lua. Sobreviver a seus perigos, driblar suas armadilhas e conquistar seus horrores é um feito hercúleo mesmo para os mais poderosos e sagazes aventureiros de poder épico. Será que seu o personagem terá sucesso? O primeiro objetivo da Ferida é descrever um reino impossível. Como seria um lugar onde os próprios Senhores do Cosmos morreram? Onde a própria Morte foi morta? Como seriam os espasmos de agonias de seres infinitos? A morte é a opção mais agradável para aventureiros que desbravem tais reinos. Loucura e corrupção são destinos bem piores.

Mas é importante deixar claro que a Ferida não é um mero campo de morte para matar aventureiros épicos. É verdade que lá estão hordas de seres extraplanares e horrores divinos. Que anjos e demônios enlouquecidos varrem seus ermos ou erguem reinos distorcidos de insanidade e morte em seu interior. Contudo, somente isso seria por demais simplório (e somente procurado pelos loucos). A Ferida também tenta suas vítimas. Riquezas e revelações das mais variadas se escondem em suas dunas, sejam de civilizações passadas, sejam das hostes divinas. Há ainda o desejado Metal Divino, o segredo por detrás da Tecnomagia e a arma predileta dos Luminares. Fora também o simples fato de que a Ferida liga os reinos ocidentais e orientais de Aldar.

Apesar de improvável, é importante lembrar que a Ferida também serve de lar para diversos seres vivos. Seus desertos e terras circundantes guardam predadores exóticos e bestas únicas em toda Isaldar, moldadas pela desolação em criaturas brutais e ardilosas.

Dessa forma, aventureiros que decidam entrar nessas terras enfrentarão grandes perigos, mas poderão colher grandes recompensas. Eles serão desafiados não só pela força de seu aço e sua magia, mas também na sua capacidade de permanecerem alertas e incólumes. Mesmo os atos mais banais, como comer e dormir, serão um perigo. As aparências enganam e o menor desleixe pode mandar todo o grupo para sua a morte.

Outro aspecto importante é que a Ferida serve de lar para toda uma raça – os orcs. Eles reerguerem os restos de sua civilização nas regiões fronteiriças da desolação e são a raça de Isaldar que mais conhece os seus segredos. Os orcs de Crônicas da 7ª Lua são bárbaros, sanguinolentos e não possuem um pingo de piedade em seus corações. Eles matam seus próprios filhos, se fracos, e deixam seus velhos enfermos como sacrifício para coisas horrendas que se escondem na vastidão. Eles fazem esses atos porque são malignos? Não. Eles o fazem porque é o preço que pagaram para sobreviver à Ferida e para defender o que restou de seus dias de glória, perdidos sob as areias. Enfim, os orcs o fazem para se provarem merecedores do título que uma vez detiveram de senhores da Sétima Lua.

Portanto, para os fãs da fantasia medieval, a Ferida pode ser vista à primeira vista uma simples mistura de Mordor de Senhor dos Anéis com o mundo desolado de Dark Sun, do AD&D. Mas cuidado! Vocês estarão subestimando os perigos que aguardam. Parte do desafio e da diversão de Crônicas da 7ª Lua está em lidar com esse sinistro legado da Queda dos Deuses. Inclusive, nós encorajamos que os futuros jogadores não tentem ler sobre a Ferida no livro básico, a ser lançado em breve. Deixem as surpresas, segredos e horrores desses lugares não mãos de seus Mestres e preparam-se para momentos de suspense e diversão. Afinal, poucos feitos de seus heróis serão tão grandiosos quanto esses.

Tzimisce
Equipe C7L
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