O Novo Paradigma do RPG Brasileiro

Muitos jogadores mais jovens, aqueles com por volta de 26 anos ou menos, andam se equivocando, achando que estamos entrando em uma nova “Era de Ouro” do RPG Brasileiro – e alguns até mesmo chegam a dizer que estamos começando “a” Era de Ouro do hobby no país. Isso por conta do bem vindo surgimento de várias pequenas editoras e iniciativa independentes do ano passado para cá. Mas esses jogadores desconhecem como era a realidade do RPG Brasileiro na década de 1990, antes do fatídico Caso Ouro Preto, o primeiro dos três crimes em que o nosso hobby foi erroneamente vinculado. Mas numa coisa eles estão certos meio que sem saber: o RPG Brasileiro está mudando e estamos vivendo o início de um novo paradigma do RPG no nosso país.

Paradigma vem do grego e significa “modelo”. Vários fatores levaram o nosso hobby a uma crise de 2006 em diante. Dos três crimes que envolveram injustamente o RPG, passando pelo fim da “Bolha d20” e a popularização dos MMORPGs que captaram público em potencial, até o crescimento da internet e o impacto que o meio digital está fazendo no mercado editorial como um todo. Mas o que muitos esquecem é que crises implicam em mudanças, e um novo modelo do RPG Brasileiro está emergindo da crise pela qual o hobby passou. Mas vamos entender o que era o RPG no passado, para poder entender esse novo paradigma.

Antes do Caso Ouro Preto, o RPG tinha grandes encontros com mais de 5 mil pessoas e convidados internacionais como Mark Rein-Hagen (criador do Vampiro, a Máscara) sendo entrevistado pela Regina Casé para o programa Fantástico da TV Globo. Uma Bienal do Livro na década de 1990 foi chamada de “Bienal do RPG”, tamanho era a relevância econômica do jogo no mercado editorial nacional. Tínhamos revistas mensais especializadas e RPGs com grandes tiragens sendo vendidos em banca de jornal, e a sexta-feira do Encontro Internacional de RPG – o maior e mais tradicional encontro do hobby – como o dia em que várias escolas levavam seus alunos para conhecer o jogo. Aquela sexta-feira dedicada às escolas era um pilar na renovação dos jogadores. Sem falar que os principais RPGs tinham tiragens de 3 a 5 mil exemplares para as lojas especializadas. E vários profissionais viviam exclusivamente do trabalho com o hobby.

Hoje, nossos maiores encontros não chegam a mil pessoas, o RPG só agora parece começar a se libertar do estigma dos três crimes citados. Temos uma revista esporádica de pouca vendagem e o Encontro Internacional acabou. O número de jogadores ativos – aqueles que jogam pelo menos uma vez a cada dois meses – diminuiu, e o número de consumidores (os jogadores que compram pelo menos um livro por ano, o que por si já é muito pouco) caiu ainda mais drasticamente. A Devir conseguiu colocar seus livros em bancas de jornal, mas em distribuição setorizada e dentro da distribuição de seus outros produtos, como romances e HQs. E meia dúzia de profissionais hoje vive apenas de seu trabalho com o hobby.

Claro que a internet tem um grande peso nessas mudanças. Por exemplo, algumas das funções que os encontros de RPG antigamente faziam, hoje são realizadas pela internet, como a divulgação de novos RPGs e encontrar grupos para jogar. E isso contribuiu para o esvaziamento dos encontros, assim como a cobrança de entrada (nos áureos tempos, os grandes encontros tinham entrada franca). Além da pirataria e do impacto da mídia digital no mercado editorial como um todo, e o RPG não seria exceção disso.

Contudo, após ficarmos de 2006 em diante vendo as coisas caírem vertiginosamente e as empresas negando o óbvio enquanto realizavam vários cortes, inclusive de pessoal; do ano passado para cá nos deparamos com o surgimento de várias pequenas editoras e iniciativas lançando RPGs alternativos e independentes. Dentre todas, duas merecem especial atenção: a RetroPunk Game Design e a RedBox.

A RetroPunk foi a pioneira desta nova tendência e provou aquilo que os profissionais da Devir sempre falavam: a Devir não é “dona” no mercado e não impede ninguém de adquirir uma licença de RPG gringo. Estão aí o Rastro de Cthulhu, 3:16 Carnificina entre as Estrelas, Fiasco e muito mais a caminho. Além de Terra Devastada e outros RPGs feitos no Brasil que serão lançados por ela.

A RedBox, além de seu retroclone de D&D feito no Brasil, o Old Dragon, irá lançar em português o Shotgun Diaries. Mas eu considero seu maior feito a RedStore, a loja online de venda de RPGs em .PDF com um sistema de web-comércio semelhante às melhores lojas gringas. Finalmente teremos um comércio brazuca de RPGs em formato eletrônico e a REDERPG espera começar a participar dele em breve.

Toda essa diversidade é bem vinda, após uma década sob o domínio de um único sistema. A existência de opções facilita a divulgação do jogo.

Contudo, todas essas iniciativas têm tiragens impressas pequenas e um modelo de comércio de nicho, a famosa “cauda longa” que a internet viabilizou. As de maior tiragem são de apenas 500 exemplares. A imensa maioria de 100 ou 200 exemplares impressos. Então, 10 pequenas empresas lançando produtos com 200 exemplares em média não tem o mesmo peso das 8 editoras que lançavam livros com tiragens de 1 mil exemplares ou mais no auge da “Bolha d20” no Brasil. A diferença é que temos uma grande variedade de sistemas e gêneros, enquanto em outros tempos eram produtos em sua maioria para o mesmo sistema e para fantasia medieval. E é muito bom ver produtos bem feitos, com excelentes propostas e execução de qualidade, é claro.

Todo esse panorama significa que um novo paradigma esta emergindo no RPG brasileiro pós sua grande crise. Não há nenhuma perspectiva do RPG voltar a ter o peso que tinha em outros anos, a quantidade de público, de consumidores e de relevância econômica. O nosso mercado de RPG deixou de ser um mercado e se tornou um “nicho”. Todas essa tendência aponta para tiragens pequenas, impressão sob demanda e formato em .PDF.

A Jambô, que sempre teve o mérito de acompanhar as tendências corretas, logo disponibilizou seus produtos na RedStore.

Mas e a Devir?

O modelo de comércio da Devir para o RPG ainda é basicamente o mesmo dos tempos áureos, embora tanto a Maria do Carmo Zanini (editora de Mundo das Trevas da empresa), quanto o Otávio Gonçalves (editor de D&D), tenham procurado racionalizá-lo, adequando-o à real demanda e tamanho atual do mercado consumidor brasileiro.

Contudo, seis meses sem nenhum lançamento de D&D nos fazem pensar se o modelo ainda é viável neste novo paradigma. Por que nesses seis meses nem o Poder Arcano, nem o Poder Divino, suplementos importantes, foram lançados? Qual seria a tiragem deles? 5, 3 ou 2 mil exemplares? Será que uma tiragem de 1 mil exemplares compensaria o investimento que a Devir tem para produzi-lo, mesmo que toda ela seja vendida? E um produto com menos do que isso?

Conclusão

Infelizmente somos obrigados a explicitar o óbvio para evitar os costumeiros aborrecimentos e bobagens que são ditos por aí: este artigo é uma análise, não uma verdade absoluta. E não, não acho que o RPG vá um dia acabar ou que a Devir vá falir. Mas as coisas mudaram radicalmente e a realidade é outra. E assim o modelo de comércio da Devir para o RPG pode não ser mais economicamente viável diante de um mercado consumidor cada vez mais micro, cada vez mais nicho.

Pode ser que daqui a 10 anos haja um novo “boom” do RPG – por conta dos filhos da geração que hoje tem 30 anos e que está gerando proles.

Mas acredito que entender a realidade hoje do hobby e buscar novas estratégias seja uma solução melhor do que esperar um novo “boom” ou ficar negando o óbvio ululante.

Por Marcelo Telles

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70 Comments
  1. First to comment!

    Bom, eu tenho 27 anos e acho q cheguei a pegar o boom dos anos 90 meio q pela raspa do tacho. Lembro lá longe da Regina Casé fazendo matéria sobre um tal de “RPG”, e inclusive associando AD&D à Caverna do Dragão.

    Fato, tantos choques q o RPG sofreu no Brasil (caso Ouro Preto, MMO e a pirataria em pdf) realmente mudaram totalmente a face dele por aqui. Mas, estamos num grau de incerteza tal q qq um pode revolucionar o cenário. Tanto q “editorazinhas” estão aí mordendo firme suas fatias do bolo do mercado, enqto a Devir simplesmente… Não diz e nem faz nada.

    Ao meu ver, a balança ainda tá neutra. Temos chance de irmos pro brejo tanto qto temos chance de criarmos uma era de ouro ainda maior que a anterior, cada um com seu indie predileto. Essas análises são sempre legais, e acho q são um diferencial q a RedeRPG tem.

    Mas de qq jeito, a única coisa q podemos dar como certa, é q daqui a 2 anos no máximo, a situação será totalmente diferente da que temos hoje. Para melhor ou para pior.

  2. Eu atacaria direto nas pernas se eu fosse uma editora de médio porte: poucos RPGs com constância e muita propaganda pra atrair novos jogadores.

    Nota-se claramente que os novos paradigmas do RPG nas palavras do Telles apontam para um grupo de pequenas editoras tentando satisfazer um grupo pequeno de jogadores. Se ao longo do tempo o número de jogadores caiu e as empresas tiveram que se adaptar a essa nova realidade, para contornar talvez seja melhor minerar demanda ao invés de se “contentar” com um número pequeno de RPGístas.

  3. Então de jogadores só tem a velha guarda muitos poucos novatos!; livros agora só com tiragem de 300-500 exemplares, virou hobbie de excentrico.

    • Calculo, com base no público dos encontros nos anos mais recentes, que a faixa etária de jogadores mais ativos esteja em torno de 22 a 25 anos, mas tem muita gente com mais idade jogando, galera já estabelecida na vida, que costuma comprar mais livros importados do que produzidos aqui no Brasil e que tem cartão de crédito internacional para isso. ;-)

      Desde 2006 para cá, diferente de outras épocas, o percentual de adolescentes e pré-adolescentes é muito pequeno. Então o público do hobby não se renova: muita gente para de jogar por conta de final de faculdade, pós-graduação, trabalho, etc, e a quantidade de novos jogadores que surge para substituir é pequena.

      Do outro lado, a internet e as mídias digitais afetaram as vendas de livros impressos, então o caminho é a fidelização: você tem um público pequeno, mas fiel, que vai sempre comprar os seus produtos. Hoje é possível ter uma empresa com pouco lucro, mas que viabiliza por esse tipo de comércio pequeno e centrado na internet, a chamada “cauda longa”.

      • FATO: Os jogadores de maior idade (tiozões como eu, rs) que já possuem certo conhecimento em inglês (não precisa ter fluência) e um cartão de crédito internacional, não fica esperando lançamentos nacionais.

        Mesmo D&D3º edição compramos em inglês por estar mais em conta na época e o primeiro contato que tivemos com Rastro de Cthulhu foi em inglês.

        Isso, obviamente representa uma perca de mercado nacional. Mas, claro, prefiro comprar livros em português, tanto por ser minha língua nativa quanto por prestigiar a iniciativa das editoras nacionais.

  4. Eu não sei pq mais sempre tive a visão do rpg no Brasil como sendo um grupo de revolucionários , ou os chamados de “A resistência” (Coisa de exterminador do futuro ^^ ).

    Vamos ser francos e diretos , apesar de rpg ser divertido nunca vai passar de um hobby , ou talvez quem sabe de um passa tempo como palavras cruzadas ou sudoku , quer dizer hoje em dia as pessoas não dão importância mais pra rpg , então eu pergunto o que um garoto que tenha um playstation 3 jogando Mortal Kombat e fez download na loja online por exemplo do personagem Freddy Krugger quer com um rpg de mesa como D&D ou Mundo das Trevas , ou Gurps????

    Se vc tirar por exemplo uma pesquisa recente feito na Inglaterra por exemplo em que mostra que os jovens preferem mais o facebook ou redes sociais de um modo geral a ler livros então vc chega a conclusão de que não só os livros mais os rpgs tb não estão bem das pernas.

    Acho que hoje quem joga são os jogadores antigos mesmo , seja eles por recordar a sua juventude ou pq sentem saudades dessa época boa como era jogar gude , pião , correr na rua de pique pega ,

  5. @MTelles:
    “…tem muita gente com mais idade jogando, galera já estabelecida na vida, que costuma comprar mais livros importados do que produzidos aqui no Brasil e que tem cartão de crédito internacional para isso”.

    Esse cara sou eu, 32 anos, peguei e começei no boom da década de 1990, com o velho Aventuras Fantásticas. Não participo de encontros, votla e meio suspendo todas as atividades ligadas ao RPG em prol da minha vida profissional, só compro RPG nacional quando a Devir traduz algod e GURPS, oq ue nos últimos 10 anos significa apenas GURPS Personagens…

    Gostei muito do seu artigo, boa análise. A internet tem muito mais importância agora, faltou citar o começo das iniciativas crowdfunding, com o Violentina, que é uma opção para o mercado atual. Se vai vingar ou não é outra história. Agora os caras conseguiram quase R$8 mil…

    @Scarab:
    “Se vc tirar por exemplo uma pesquisa recente feito na Inglaterra por exemplo em que mostra que os jovens preferem mais o facebook ou redes sociais de um modo geral a ler livros então vc chega a conclusão de que não só os livros mais os rpgs tb não estão bem das pernas”.

    Isso é verdade. Quando eu começei na década de 1990 não tinha internet, ao menos não como hoje, na época era BBS etc, bem pré-histórico. Jogos de mesa, interativos, face a face era tradicional. Hoje é só PC, MMORPG etc. Concorrer com eles no mercado pelo dinheiro da nova geração é complicado.

  6. Ótimo texto para começar uma discussão Telles.

    Concordo com parte do que vc colocou. Realemente se tem poucos novos jogadores nos dias de hoje, mas vejo isto como culpa das próprias editoras e dos jogadores antigos. A editoras pq não focam em produtos para iniciantes nem em divulgação do hobby, se observa públicidade do RPG apenas dentro do meio, ou seja, apenas para as mesmas pessoas, parece que as editoras tem vergonha de fazer públicidade para o público geral.

    E contrariando o Scarab, a pesquisa foi na Inglaterra, no Brasil em pesquisa do ano passado mostra que os jovens brasileiros aumentaram sua média de leitura de “romances” para quase dois livros ao ano, isto é a média e o número de livrarias abertas também aumentou em maisde 11% das que haviam em 2006. E vendo como se vende bem a série de livros do George Martin em sua Guerra dos Tronos, que querendo ou não tem TUDO a ver com o RPG qualquer um pode perceber que nossas editoras são bitoladas mesmo. Não aproveitam este crescimento, não vinculam o RPG com estas obras famosas, não fazem públicidade junta ao público, não trazem sistemas para iniciantes jogarem estas obras. E todas podem notar é muita choradeira e pouca atitude.

    Ja da parte dos jogadores antigos pergunto quantos não jogam com o mesmo grupo desde sempre. Reclamam que não tem livros novos, mas também não iniciam ninguém no hobby que vai COMPRAR os livros. Então antes de chorar que não tem livros novos, dos 7 meses de ausência da Devir, pense pra quantos jogadores vc ja apresentou o hobby nos últimos dois ou três anos. Isto querendo ou não no nosso hobby faz TODA a diferença.

    Então no meu ver o bonde da história ta passando pro RPG nacional. Empresas como a Jambô, a Retropunk e a Redbox podem aproveitar e fazer um novo boom do RPG, enquanto pessoal que pensa em vender só pro nicho, só para os mesmos jogadores esta fadado a ser esquecido e fracassar, pq vai chegar uma hora que estes jogadores tbém vão parar de jogar RPG.

    Mas realmente é o paradigma dos novos tempos. E espero anciosamente pelo futuro.

    Continuem jogando.

    Abraço

    • “E vendo como se vende bem a série de livros do George Martin em sua Guerra dos Tronos, que querendo ou não tem TUDO a ver com o RPG qualquer um pode perceber que nossas editoras são bitoladas mesmo. Não aproveitam este crescimento, não vinculam o RPG com estas obras famosas, não fazem públicidade junta ao público, não trazem sistemas para iniciantes jogarem estas obras.”

      Pura verdade, os livros são muito bons, já saiu até série de TV, e mesmo quem não joga RPG gosta, então tem de aproveitar o momento. Mesma coisa sistema de Senhor dos Anéis. E se saísse algum RPG de Harry Potter, acredito que muitos jovens iam comprar e jogar.

      • Pois é, se vc procurar na grande mídia (tv, revistas, grandes portais de notícia) vc não acha nenhuma notícia de RPG, simplesmente não tem nada. Pq as editoras não focam em RPGs que teriam grande vendagem no momento? Traduzir o RPG da Green Ronin para o Game of Thrones? Aproveitar o filme do Hobbit pra trazer o One Ring RPG? Alguma empresa fazer uma adaptação nacional vendida em bancas e com suplementos pela internet do anime do momento (Naruto e etc). Tudo isto focado no público que estas outras mídias tem. Seria difícial que o fã do Harry Potter ou do Naruto não compra-se o RPG da sua séria favorita e o RPG certamente iria ganhar uma maior notoriedade.

        • Pelo que se fala, a Devir comprou os direitos do One Ring RPG!, que sorte a nossa não é!.

      • Acho q foi isso q a Rede tentou fazer com o Broomstix (o RPG de Harry Potter). Não posso dizer q tenha dado fenomenalmente certo.

        O SIFRP é genial. Ao meu ver, é a vertente de D&D (medieval fantástico literário) com a qualidade q o torna qse um Dresden Files (q é o auge de fantástico em termos de jogabilidade, originalidade e game design em geral de 2011. Tomara q ele influencie a indústria no qto ele é capaz).

        Infelizmente, SIFRP depende primariamente da Jambô lançar, e até agora ela se mostra neutra a respeito. Nem diz q vai lançar, nem diz q não vai lançar, o q permitiria outras editoras pleitearem-no no Brasil. Do mesmo jeito q a Devir senta em cima da trindade santa, a Jambô me soa bem protecionista com SIFRP.

  7. Segundo a análise da Câmara Brasileira do Livro, o brasileiro compra e lê mais livros, embora o crescimento do setor ainda seja discreto. Segue endereço da análise do setor no ano de 2010.

    http://www.culturaemercado.com.br/mercado/brasileiro-compra-mais-livro-mas-crescimento-do-setor-e-discreto/

    Isso invalida algumas das considerações expostas.

    Creio que o que mais enfraqueceu o mercado nacional de RPG não foram os crimes, mas sim a saída da Dragão Brasil das bancas.

    • Livro eh um bem diferente de RPG…

      A DB parou de ser vendida porque nao vendia mais, isso na epoca de Tormenta. A DB vinha em decadência ha anos, perdendo publico a cada edição.

      • “A DB parou de ser vendida porque nao vendia mais”

        Essa frase ficou tão sensacional que eu até perdi as forças pra falar algo sobre o texto.

      • Na verdade, na minha humilde opinião (e de outros amigos “da antiga” que jogam comigo), a DB “foi pro saco” a partir do momento que quis enfiar por goela abaixo o tal 3D&T. No fim das contas era 3D&T de cabo a rabo na revista. E esse é minha opinião como leitor da revista, pois na época parei de comprar por conta disso.

    • A perda da DB foi uma punhalada na alma. Contudo, mais de seus fãns do que do mercado.

      A verdade é que não existia mais espaço para uma revista de RPG nos moldes da DB. A internet estava aí para isso e cada vez mais pessoas trocam os periódicos impressos por informações diárias da rede.

      Uma revista poderia vir bem a calhar, mas a verdade é que se existisse espaço para uma revista de RPG, qualquer outra que viesse no lugar que tivesse qualidade para tanto, poderia emplacar e preencher a lacuna que a DB deixou.

      Logo, em minha mais humilde opinião, a saída da DB do mercado não representa a causa e nem o motivo. A revista saiu como resultado da realidade do mercado na época.

  8. A própria decadência da DB me parece que seguiu o ritmo que nós vemos na Devir, dada as devidas proporções: não fez uma leitura correta do mercado consumidor.

    Os editores continuaram com um modelo de conteúdo que poderia ser adequado para um grupo pequeno de jogadores, mas, que não chegava a agregar novos leitores, talvez pelo fato de dar um foco grande ao 3D&T, que nem era um RPG tão poderoso quanto WoD, D&D e GURPS talvez.

    Provavelmente os próprios fãs, ao se tornarem mais exigentes seguindo o desenvolvimento do mercado e o crescimento da internet, tenham abandonado a revista aos poucos. Vemos isso na Devir, não atendendo o mercado da maneira que esse espera ser atendido.

  9. Então se formos foco neste pequeno nicho de jogadores; as grandes marcas cujo os direitos autorais são mais caros estara fora do nosso meio, tendo então a partir para as pequenas editoras, cujo o mercado gira em torno de 200-500 pessoas no maximo, vide o caso da Retropunk. As grandes franquias bye bye, só importado agora.

  10. PDF vai salvar eese jogo…..

    Livros impressos sao caros e devem se tornar cada vez mais uma obra quase que artesanal…..

    Na hora que o D&D e outro s grandes nomes aderir a este modelo talvez o RPG tenha um outro bum

    • e outra coisa…RPG nao é livro…é mais um manual,,,,

      • Mais um manual é um livro!. Enquanto ao PDF ainda tem de caminhar muito por aqui para ver se dar lucro as editoras; pois tem-se de levar em conta a famigerada pirataria que rola solta em todas as areas.

        • É claro que é um livro no sentido do formato, mas nao é no sentido literário….nao se vende como romance….é uma outra categoria de livro…usado como referencia e consulta…..

  11. realmente, naum eh legal a maior parte das editoras ter tiragens taum pequenas… mas pelo que sei isso naum se aplica a jambo… que tem tiragens de 2, 3 mil exemplares… e tem lançado muita coisa, neh, quase dois titulos por mes: http://www.jamboeditora.com.br/cronograma.htm, alehm do ledd, que naum aparece ali: http://www.leddhq.com.br.

    • O principal ou um dos principais RPGs da Jambô, o Tormenta RPG, teve 1.500 exemplares de tiragem, dado fornecido publicamente por um dos autores. Então o seu número das tiragens da editora está exagerado.

      Lembre-se que alguns desses lançamentos são a revista DS, romances e HQs. Ainda assim um produto de RPG por mês (contando suplementos e livros-jogos) é excelente. Como disse no texto, a Jambô sempre teve o mérito de dar os passos certos.

      Ledd é uma HQ online, não imagino o que ela tem a ver com o tema, exceto que é online, acompanhando uma certa tendência do mercado editorial.

      • Verdade. Grande sacada da Jambo foi apostar em Tormenta e encerrar aquele primeiro cenário deles, o Equinox. Muito ruim aquilo.

        • Você está enganado: Equinox era bom o suficiente para a Jambô ter apostado nele. Mas os autores – dos quais eu era um – e a editora cometeram muitos erros na condução do cenário e ele acabou não saindo. Dentre eles, o fato de eu ter saído dele.

          Agora, falando como Moderador

          Usuário Crocodile, é como foi dito: nós não vamos tolerar mais determinado tipo de postura e comportamento aqui. O novo site está super bacana e a discussão estava de altíssimo nível até você chegar.

          Fazer picuinha contra o autor do artigo não é contra-argumentar as ideias expostas nele.

          É como eu digo para os meus alunos: se você não tem nada de construtivo para acrescentar, é melhor não falar nada.

          Considere-se terminantemente advertido.

          Marcelo Telles
          Coordenador do REDERPG

          • Ahhh, eu nem sabia que vc era autor do Equinox, falha minha.

            Mas deixe-me ressaltar/corrigir alguns pontos do texto e comentários, de forma construtiva:

            ” Mas os autores – dos quais eu era um – e a editora cometeram muitos erros na condução do cenário e ele acabou não saindo. Dentre eles, o fato de eu ter saído dele.”
            Quer dizer que um dos erros de condução do cenário foi a sua saída? Que interessante…

            “O principal ou um dos principais RPGs da Jambô, o Tormenta RPG, teve 1.500 exemplares de tiragem…”
            Na verdade até o momento da declaração citada o dito jogo tinha VENDIDO 1.500 livros, e como ele não esgotou e nem foi reimpresso nesse período, podemos calcular que a tiragem dele ultrapassa este número (aliás, seria interessante postar a fonte)

            “Pode ser que daqui a 10 anos haja um novo “boom” do RPG – por conta dos filhos da geração que hoje tem 30 anos e que está gerando proles.”
            E essa suposição foi baseada em…?

            “passando pelo fim da “Bolha d20” e a popularização dos MMORPGs que captaram público em potencial, até o crescimento da internet e o impacto que o meio digital está fazendo no mercado editorial como um todo.”
            Qual a fonte?

            “Contudo, todas essas iniciativas têm tiragens impressas pequenas e um modelo de comércio de nicho, a famosa “cauda longa” que a internet viabilizou. As de maior tiragem são de apenas 500 exemplares. A imensa maioria de 100 ou 200 exemplares impressos. Então, 10 pequenas empresas lançando produtos com 200 exemplares”
            Mais uma vez, qual a fonte?

            “uma revista esporádica de pouca vendagem..”
            Fonte?[3]

            Alias, de um modo geral, você poderia citar as fontes/meios/pesquisas/informações que foram utilizadas para embasar as conclusões levantadas?

          • Claro, Crocodile, imagina se você sabia que eu era um dos autores. Apenas resolveu entrar na REDE e comentar, lembrando disso por acaso em um artigo sobre um assunto totalmente diferente.

            “Quer dizer que um dos erros de condução do cenário foi a sua saída? Que interessante…”

            Não, deixar o Equinox foi um ERRO MEU, por achar que seria a melhor solução para o cenário, o que evidentemente não foi. Mas a forma como escrevi acima realmente não foi clara.

            Sobre esse número citado, aí não é comigo que você tem que falar, mas com quem deu essa informação, um dos autores do livro. Eu apenas a reproduzi entre várias outras informações citadas no artigo.

            Mas vamos partir do pressuposto que você e o Ordo_Dracul estejam certos e eu errado… O que isso invalida a análise do artigo? Em nada. Porque estamos falando de uma única editora de médio para grande porte (para os padrões do RPG). A outra, a Devir, não lança um livro de D&D – sua principal linha – há seis meses. A Conclave está lançando um livro por semestre (e agora investindo em literatura, assim como a Caladwin). Ou seja, a Jambô é a exceção que confirma a regra.

            “E essa suposição foi baseada em…?”

            Matemática simples: toda aquela (numerosa) geração que jogava Vampiro, a Máscara em 1996, e que tinha 15 anos ou mais, hoje está com 30 anos ou mais. Muitos casaram ou estão casando, e estão tendo ou já tem filhos. Tenho uma boa amostragem disso entre os ex-jogadores do antigo Brasil by Night. Então não estranhem se daqui a 10 ou 12 anos uma grande leva de novos jogadores pré-adolescentes surgir. E a dica é: reforço negativo funciona que é uma beleza (“menino, para de atrapalhar o papai e seus amigos jogando RPG, vai brincar de vídeogame…”)

            “Qual a fonte?”

            Wizards of the Coast. Por que você acha que ela investiu milhares de dólares na ferramento virtual D&D Insider e agora na D&D Virtual Table? Adivinha qual o público a quem a 4a Edição foi direcionada? É meio óbvio ululante que toda a política da Wizards foi direcionada ao público dos MMORPGs, porque esses jogos absorveram consumidores em potencial do nosso hobby.

            “Mais uma vez, qual a fonte?”

            Serve a RetroPunk? Vou copiar um post feito pelo Guilherme Moraes sobre o lançamento da 2a Edição de Rastro de Cthulhu:

            O problema é que, para fazer uma versão semelhante a primeira edição, precisaríamos vender cerca de 250 exemplares ou se mudarmos apenas para capa mole, cerca de 150 exemplares. Então a questão muda: temos público para isso? Uma nova edição colorida do Rastro poderia literalmente quebrar a RetroPunk caso não venda e não quero que isso aconteça.

            Postado originalmente em: http://portal.retropunk.net/?q=node/448

            Quanto a revista, me parece que a periodicidade dela é trimestral, mas sem tanta exatidão. Perto da época em que chegamos a ter três revistas mensais (ainda que algumas de pouca duração), me parece algo bem esporádico.

            Todas as informações do artigo foram dadas pelo próprio mercado e pela análise da realidade objetiva. Muitas vezes, as próprias empresas deixam vazar alguma informação de forma sutil, além de conversas informais, números e informações que tive acesso nesses 9 anos em que a REDERPG existe.

            Ainda assim, como é bem explicitado ao final do artigo – justamente para evitar colocações como a sua, mais preocupada em atacar o autor ao invés de debater a ideia de forma fraterna – essa é UMA análise. Não tenho a pretensão de ser dono da verdade.

            Marcelo Telles
            Coordenador da REDERPG

    • Acho que tiragens pequenas não emplacam problema algum. Na retropunk, a primeira tiragem de Rasto de Cthulhu se esgotou e eles estão fazendo uma nova tiragem!

      Só questão de adaptação e demanda. Melhor baixas tiragens do que menos lançamentos ou lançamentos dando prejuízo às editoras.

  12. A Jambô está de parabens no aspecto informativo aos jogadores “clientes”; só não teve muita sorte nas escolhas dos seus produtos: Vide Reinos de Ferro que a Privatepress cancelou e também muito caro os tres livros fora os basico que tinha que ter para jogar. Mutantes está de mudança e com isso ocorre certo receio de adquirir produtos novos – velhos se é que me entendem. A sacada do Dragon Age preto e branco realmente não gostei, e uma diferença enorme visualmente em relaçao ao colorido. Quanto os trio Tormenta para mim muito lento e sem sintonia estao; lançaram o livro do jogador + 3 suplementos; e o segundo principal o Reinado projeção de ser o ultimo a ser lançando, com se todo mundo tivesse todas as revista da DB e DS.
    Mais a Jambô foi uma das que trouxe certeza de livro e cronograma para nos consumidores e respeita isso. A vamos ficar nos rpgs de pequenas tiragens, esse será o futuro.

  13. Concordo com as argumentações. Como falei antes no outro artigo os tempos bons do RPG já foram e espero realmente que voltem.

    Não é papo de “old school” (apesar de já ter completado 17 anos de rpg), é que isso é meio óbvio para comparar com quem já viveu os encontros internacionais no “ibira”… (para quem é de são paulo, claro)

    É realmente disso que mais sinto falta. BONS EVENTOS!!!

    Realmente falta de títulos incomoda, mas não é determinante para quem já joga. Aventura criamos! Cenário inventamos. Nos viramos. Jogamos RPG até com papel de saco de pão e um d6 branco de padaria com sistema inventado na hora. Mas para isso precisamos de algo impressindível – os jogadores! Sem eles, não existe RPG.

    E não é só para quem já joga. Sinto uma falta enorme de eventos como a Sexta-Feira do Encontro Internacional. Só quem já foi sabe o quanto isso era bom para “abraçar” novos jogadores. Faziamos contato e logo formavamos novos grupos de forma muito fácil!

    Eventos, acredito veemente, são o grande fomento do jogo! Qualquer um pode ir na livraria e comprar o Livro de RPG que quiser, ou baixar um sistema gratuito, ou até mesmo inventar um. Mas sem jogadores, sem conversa!

    RPG não é o livro, é o ato de jogar! Não existe RPG antes ou depois, pode existir sistemas, números, planilhas, mas o RPG não! RPG só acontece quando as pessoas sentam e jogam. Sem os jogadores se encontrarem e se conhecerem, trocarem idéias e marcar jogos juntos… A coisa fica cada vez mais difícil!!!

    Essa é a minha mais humilde opinião!

  14. Ótimo artigo Telles, e por mais que me espante, todos os comentários foram pertinentes e agregaram a discussão.

    A um outro fator a ser levado em conta na equação do RPG no Brasil.

    O custo do hobby, no modelo clássico de distribuição, o torna algo caro.

    Um Guia de Campanha de Forgotten Realms sempre vendido em uma loja de HQ e RPG a R$120,00 não é algo que atraia um público novo… nem o velho publico fica atraido por isso…

    Já os novos modelos que as editoras estão usando, como a impressão em Preto e Branco, venda em PdF e afins, começam a trazer o RPG para um patamar financeira mais acessível, onde você consegue enxergar que o valor cobrado é aceitável.

    E um adendo sobre os EIRPG citados no artigo, eu tive a sorte de poder participar de todos, e nos primeiros, sediados no parque do Ibirapuera, a quantidade de jogadores em imensa, praticamente todas as mesas de jogo eram completas. Nos ultimos anos, o EIRPG se viu obrigado a compartilhar o espaço do evento com outros encontros, para conseguir publico.

    Fica obvia a redução do publico jogador de RPG

    • Obrigado pelo elogio, Guzzon e os demais. Site novo, vida nova! ;-)

      Modéstia a parte, eu gostei muito do artigo, acredito que consegui ser claro e preciso, não deixando espaço para interpretações errôneas do que nada mais é do que uma simples análise.

      Então, aproveitem o espaço democrático que sempre oferecemos e comentem, discordem, mas sempre de forma madura, educada e construtiva. Aqui não é lugar para ofensas, provocações e picuinhas.

      Assim todos são bem vindos ao debate, desde que de forma respeitosa e madura. Eu acredito na inteligência e cultura acima da média do jogador de RPG. Vamos continuar demonstrando isso.

      Obrigado a todos pelos comentários.

      Marcelo Telles
      Coordenador da REDERPG

  15. Olha, acompanho este blog indiretamente, mas lí esse tópico e achei muito interessante. Boa parte que o M.Telles diz é a mais pura realidade, mas sempre conversando com lojistas e pessoal do ramo vejo que a decaída do RPG e similares estão voltados ao episódio que aconteceu em 2006… Não, ninguém morreu ou foi sacrificado. Em 2006 a extinta Comic Store denunciou a Devir Livraria sobre suposto caso de denúncias de fraude sobre as importações de cards e de lá para cá, é quase impossível você encontrar material de RPG importados e cards devido a malha fina da Receita Federal sobre os produtos que entram no Brasil. Todos podem ver esse reportagem que apareceu no SBT na época… http://www.youtube.com/watch?v=a9dhOvH4BYo Devido a este problema na liberação de produtos importados, várias lojas foram prejudicadas e muitas deleas fecharam por falta de material importado, pois a Devir lança “MUITOS” títulos por ano, e muita gente apela para os importados e cadê os importados ? Quem sabe em um futuro não meio distante isso mude de patamares… assim espero, saudades da década de 90 que eu achava qualquer livro de RPG nas livrarias especializadas, mas hoje, fico refem da Amazon e por falar em Amazon, eles irão abrir a loja online deles aqui em 2012, será que agora poderemos ter os manuais de Pathfinder não mãos ??? Vamos ver …

  16. Vejo da seguinte maneira
    Voce nao compra um livro didático para se deleitar antes de dormir, e sim pois vc deseja alguma informação especifica…..o RPG é exatamente isto, um livro didático para um publico pequeno…sao livros de regras (em sua grande maioria).

    Acho que, inclusive, essa categoria deveria ser a qual o RPG se encaixa-se nas livrarias….. porque em livraria nao vende jogo ( com raras exceções) .

    Ja viajei muito e nunca vi RPG em livraria….eles sao vendidos em lojas de jogos, quase sempre.

    E outra coisa…..ficar lançando livros em PB para baratear sem que esse formato seja parta do designer do livro é um pecado….

    Sejamos pragmaticos…..PDF minha gente e quem quiser um livro capara dura e colorido que pague, pois o preço nao vai cair…..o RPG deveria ser vanguardista na tecnologia e tudo começar a sair em PDF

    • e outra coisa….

      Nada pior para uma editora do que ter que refazer uma tiragem, pois a change dela encalhar é muito grande.

      O mercado é pequeno mesmo gente;;;

  17. “Ja viajei muito e nunca vi RPG em livraria….eles sao vendidos em lojas de jogos, quase sempre.”

    Você pode encontrá-los nas Saraivas em Porto Alegre e a Cultura de Porto também tem uma seção de RPG. Em sebos em geral se encontra uma coisa ou outra. Nos sites dessas duas livrarias há uma opção de exclusiva para livros de RPG e no estante virtual você encontra uma longa lista de livros de RPG.

    Lojas de jogos sim são poucas.

    RPGs são vendidos em banca e em livrarias, incluindo as lojas virtuais.

    • eu me referia a lojas fora do Brasil

  18. Sou completamente contra esse visão mercadologica q a Jambo poem sobre a qualidade de seus titulos, capa mole e material em preto e branco, alegando q assim conseguem produzir o livro mais barato e o publico compra.
    Essa informação é so meia verdade, acabamento e qualidade de papel e impressão colorida somando isso tudo chega algo em torno de 15%-20% do valor de produção editorial, então se vc lançar um livro de R$100,00 em preto e branco e capa mole lançando ele colorido e capa dura ele sai por R$120,00, (isso fazendo uma conta muito burra e sem levar em conta outros fatores)dai fica a pergunta sera realmente q o mercado consumidor prefere um material de qualidade superior ou uma material mais barato?

    O q deixa livro caro aqui no Brasil é distribuição/armazenagem e impostos.

    • concordo

    • Mynero, livros, inclusos os de RPG, não pagam impostos sobre o produto.
      Obviamente, todos os outros são pagos.

      E uma relação de 20% no custo final é gigantesca… e sem dúvida afeta o valor final do produto.

      E na minha opinião, acho dificil a equipe da Jambo não ter feito a lição de casa para ver qual seria o melhor retorno financeiro para um lançamento…

      • Guzzon, esta é uma dúvida antiga minha: livros não pagam impostos, mas a produção deles paga? Imposto sobre a tinta, sobre o papel, sobre os serviços diretos e indiretos (transporte, por exemplo).

        Voltou outro dia aqui para saber se alguém tem esta resposta, não recebo postagens por email.

        Gilson

  19. Tão é verdade que sabado dia 03/09 pretendo começar uma oficina de RPG em uma escola aqui na Zona Leste de São Paulo e não houve ainda 1 único interessado sequer.

    • Salve, Black Adam!

      Espero que esse quadro mude. Já tentou divulgar a oficina como o jogo de mesa que deu origem aos MMORPGs eletrônicos (Warcraft, Lineage, Dota, etc)?

  20. O texto aponta o caso de Ouro Preto como responsável pelo declínio da suposta “Era de Ouro” do RPG brasileiro, contudo este caso ocorreu em 2001.

    Ou seja, MUITO tempo depois das editoras grandes como a Abril e a Ediouro abandonarem o mercado de RPG.

    Crimes supostamente relacionados a jogos como RPG e videogames acontecem o tempo todo, principalmente pela desinformação da nossa mídia sensacionalista, sempre sedenta para apontar um bode espiatório para todos os problemas.

    É claro que eu não posso falar por todos, mas atualmente eu conheço mais jogadores de RPG do que na época em que a Abril vendia o AD&D por R$150,00 e o salário mínimo era R$ 70,00.

    • Ygor.

      No meio da década de 90 ainda tinhamos algumas convenções bem movimentadas, pelo menos em SP.

      Perto de 2000, eu tinha visibilidade somente do EIRPG, e ele era bem movimentado.

      De 2003 para frente, o EIRPG foi perdendo força, perdendo espaço e principalmente perdendo publico. Nos últimos ele foi compartilhado com evento de cosplay, campeonatos de magic e minis.

      E a minha percepção da quantidade de jogadores é outra… vejo menos jogadores novos do que via a uns 5 ou 6 anos atrás, vejo sempre os mesmos. E mesmo quando tentei trazer um pessoal mais novo, a maioria achou ‘trabalhoso’ o processo… em boa parte por estarem acostumados com MMOs.

      • Sou jogador da velha guarda [quase 30 anos, mais da metade como jogador], os crimes supostamente ligados ao RPG foram golpes duros, meu grupo e outros 2 que nos relaciona-vamos nos referíamos a esses episódios como “caça as bruxas” … o fim da picada foi o caso de 2006 de guarapari, eu sou do Espirito Santo, sentimos muitas represalhas na epoca [mais ainda que o caso ouro preto de 2001, onde eu e meu grupo fomos desencorajados (ie, proibidos) de jogar nas dependências da escola onde cursava o ensino médio] … enfim, muita coisa foi feita errada ou feita com desleixo por parte das editoras, mas e errado afirmar que os crimes erroneamente ligados ao RPG n tiveram peso.

    • Tanto a Abril como a Ediouro são exemplos de modelos de comercialização de RPG que deram errados (ou onde se cometeu erros demais). Ironicamente, embora financeiramente o AD&D tenha sido um fracasso para a Abril, ele foi fundamental para a divulgação do hobby no Brasil.

      Contudo, mesmo depois que elas saíram do hobby, o nosso mercado continuou forte e o quadro era positivo. Tanto que a Devir, naquele época, assumiu o AD&D da Abril e também o Shadowrun da Ediouro. Hoje fora a Devir, nenhuma outra editora de RPG tem condições de assumir o D&D. Se alguém tivesse, já teria lançado o Pathfinder em português.

      Foram três crimes: Ouro Preto, Teresópolis e Guarapari. Ou seja, ao contrário do que você colocou, felizmente eles NÃO acontecem toda hora. Mas cada um deles foi muito danoso para o hobby. O último, o de Guarapari, esvaziou as sextas-feiras dedicadas às escolas do Encontro Internacional.

      Os crimes causaram desconfiança sobre o hobby no público de modo geral, e em público potencial. O estrago desses crimes foi em relação à renovação e crescimento do número de jogadores.

      Na época do primeiro, o de Ouro Preto, pais proibiam e mesmo ameaçavam queimar os livros de RPG de seus filhos. Foi barra pesada. Não subestime o peso que esses crimes tiveram.

      • Venho apresentando minha pesquisa com RPGs em eventos científicos/acadêmicos desde 2009 e algumas pessoas ainda associam o jogo/a sigla aos crimes, ao assassinato. Até meu dentista, em 2010.

        Gilson

  21. Ainda hoje, quando eu comento por aqui que sou jogador de RPG, um bom número de pessoas já ouviram falar pelo menos uma vez, mas, das duas uma: citam MMORPGs como o WoW e Final Fantasy “confundindo” com o hobbie, ou, perguntam se não é aquele jogo dos assassinos.

    A geração do meu irmão mais novo, que tem 7 anos a menos do que eu não sabem o que é um RPG de mesa, de livro. No entanto, sabem muito bem sobre MMORPGs e outros jogos de fantasia populares. Um livro de RPG com certeza é uma coisa que muita gente não tem nem noção do que é.

    A despeito dos livros de RPG gringos, eu tenho adquirido alguns da linha do Pathfinder que tem me custado muito mais barato do que livros equivalentes aqui no Brasil (como os da 4ª edição de D&D por exemplo, livros grandes, bem trabalhados, coloridos e com capa dura). Viva o dólar baixo… :D

  22. Eu sou da seguinte opnião. Todos querem ganhar dinheiro. Beleza, o mercado está ai pra isso. Se você consegue duas mil copias a um preço de R$80.00 cada copia e consegue lucro você conseguiu seu intento.

    A questão é você deve ter um produto que valha os R$80.00 que ele cobra.

    O que eu tenho visto é que parece que as editoras querem vender numeros irreais de livros, HQs e bonequinhos ao invez de simplemente assumir como é a sua realidade de mercado.

    Se hoje temos menos pessoas jogando, mas essas pessoas são fãs que vão comprar de qualquer forma o produto e até mesmo estão dispostas a pagar mais caro por isso parabens, você tem um publico cativo e curiosamente com dinheiro.

    RPG ao meu ver nunca foi coisa de faculdade no Brasil, essa nunca foi e provavelmente nunca será nossa realiade. Pode ser a realidade americana de pessoas que mudam de estado pra estudar e ficam em replublicas cercados de pessoas com tempo livre mais ou menos no mesmo horario que você. Nossos estudantes de faculdade já trabalham, alguns até desde antes de entrar na faculdade.

    Não devemos nos concentrar no publico cada vez mais novo, mas sim dar alternativas de entrada de mercado aos que desejam entrar e trabalhar pra agradar aqueles que já estão dentro.

  23. RPG no Brasil tem basicamente 2 grandes problemas……Saudosismo e custo dos livros.

  24. O RPG, no Brasil principalmente, enfrenta um grande problema cultural.

    De um lado os jogadores reclamam de preços caros. Por outro lado, quando as editoras tentam atender os jogadores ao fazer um livro mais acessível (com páginas em escala de cinza ou capa mole – reduzindo assim o custo e consequentemente o preço final do livro) os jogadores reclamam pela falta de qualidade!

    Pera lá! Eu compreendo que um visual atraente valoriza o produto de diversas formas. Mas alguém tem que pagar por isso sabia?

    Façam uma comparação. Em uma livraria, pesquisem livros de Arquitetura ou Artes que também possuam páginas todas coloridas, repletas de fotos, verifiquem a quantidade de páginas e o preço e depois comparem com livros de RPG. Outros livros com uma qualidade gráfica compatível com os de RPG lançados atualmente e com tiragem similar tendem a ser tão caros quanto ou até mais!

  25. A diminuição dos público, sua falta de renovação, ao meu ver, tem relação direta com outras opções de entretenimento: primeiro os jogos em rede local (LAN) no final dos anos 90 e início do novo milênio, depois o computador barateou e alguns conseguiram comprar o seu para jogar em casa (internet para a grande maioria era dicada). Em seguida a internet tornou-se um paraíso nas lojas com este serviço: bate-papos, sites, fotolog e, em 2004 (se não me engano), Orkut. Em seguida a era dos jogos online, barateamento da banda larga.

    Somando à cultura digital, que não está acessível a todos, vieram diversas outras formas de se entreter com uma maior aceitação da sociedade ou maior poder de penetração (festas, ficar/namorar, acesso a drogas, o álcool, emprego, estudos, gravidez). RPGs são no formato de livro e regras, geralmente muitas regras. É necessário organizar um grupo com horários compatíveis onde os outros entretenimentos competem.

    Gilson

  26. Achei esse link aqui que me trouxe uma visão bem diferente da tal “Era de Ouro de RPG”:

    http://www.areacinza.org/2011/09/o-que-a-tiragem-significa/

    Acho que pode ser interessante para pensarmos o antes e o agora.

    • Muito bom o artigo, acho que ele completa muito bem o que eu quis dizer, ao explicar porque hoje é viável fazer tiragens pequenas.

      Contudo, o autor apenas esqueceu de um “pequeno” detalhe: e os livros de alta tiragem do anos 1990 (e depois) que NÃO ficaram encalhados? E, ao contrário do que o artigo pode dar a entender, não foram poucos não…

      Sabe quantos Vampiros, a Máscara a Devir vendeu? Muitos, mas muitos mesmo. Sabe quantos Livros do Jogador de D&D 3.0 foram VENDIDOS (e isso nem é mais anos 90)? 20 mil exemplares, as tiragens esgotaram.

      E ainda há outros, que não são blockbusters, que você não acha mais para vender, que estão esgotados e que são difíceis de achar mesmo em sebos (alguém falou em Castelo Falkenstein?).

      Podemos inclusive sair da Devir. Tem uma editora que é um exemplo perfeito de tudo que eu falo: a Daemon. É, esquecemos da Daemon, não é mesmo?

      Perguntem a eles quantos Trevas e quantos Arkanum eles venderam nos mais de 10 anos de existência da editora. E por que já faz alguns anos que eles não lançam nenhum livro de RPG?

      Eu acho que um cenário ideal seria um mercado com duas ou três editoras grandes, com produções consistentes, e uma dúzia ou mais de editoras alternativas. Mas não é isso o que temos hoje.

      É preciso também ter estratégias para atrair novos jogadores.

      Como eu disse no artigo (e mais de uma vez), é muito positivo e bom toda essa variedade e diversidade que estamos tendo hoje. Mas o RPG já foi muito maior e diminuiu, e isso é um fato óbvio.

      Não porque as editoras cometeram erros em demasia e investiram o que não podiam e faliram (claro que tivemos casos assim). Mas porque o público não se renovou, diminuiu e hoje é bem menor que outros tempos.

      • http://www.rpgonline.com.br/narrativo/3d6/3d6-4-aaaaaah-a-crise-ou-yep-e-tudo-bobagem-parte-1/

        e

        http://www.rpgonline.com.br/narrativo/3d6/3d6-4-aaaaaah-a-crise-ou-yep-e-tudo-bobagem-parte-2/

        Eu não necessariamente concordo ou discordo, mas parece que há mesmo uma visão diferente sobre a tal “crise do rpg”. Considerando diversas coisas que li, há quem ache que possa ser um “saudosismo” muito comum, não muito diferente daquilo que falamos para os jovens hoje e os nossos pais falavam para nós quando éramos jovens “ah, mais no meu tempo era tão melhor…”.

        E também há outras coisas que me vem a cabeça: Quais são os critérios para se definir o status de “crise”? Até que ponto a “crise” afeta os jogadores?… dentre outras coisas.

        Olhando do ponto de vista de quem joga:

        * Pode não haver um grande evento internacional de peso, mas, por outro lado, o acesso a internet permite um contato entre jogadores que há 15-20 anos atrás não era possível, ou viável.

        * O acesso ao idioma inglês tem crescido e isso abre portas para importar RPGs lá de fora.

        * Pode haver menos lojas físicas hoje em dia, mas, por outro lado, a internet cada vez tem ocupado esse vácuo deixado. Surgem cada vez mais sites de vendas e com o acesso a internet cada vez mais fácil, comprar RPGs não é exatamente um problema.

        Pensando aqui, há mais de 10 anos atrás, me parece que muitos grupos, se não a maioria, eram “ilhados”, sendo muito difícil de entrar em contato com outros grupos, especialmente se você é de uma cidade pequena. Ok, havia o encontro internacional, mas apesar dos números, acredito que ainda a maior parte dos jogadores não podia ir. Para quem mola longe e, não tinha renda própria e. especialmente, em morava em cidades pequenas, ir para SP para um evento assim era inviável. E mesmo que fosse, ainda era só 1x por ano. A internet hoje permite uma troca de informações, experiências etc., que não era possível ou viável durante a “década de ouro” do RPG.

        Somando tudo isso isso aos fatos levantados pelo artigo da área cinza, do ponto de vista de um jogador, eu não acho tanto que hoje estamos vivendo uma crise. Se há realmente um problema é que nós crescemos, temos responsabilidades e não temos mais o mesmo tempo livre que antes para jogar. Porém, embora não tenha tempo, agora tenho dinheiro para investir em coisas que antes não podia.

        O mercado nacional pode não ter as tiragens ou as vendas da década de 90, mas como jogador, vejo hoje tendo muito mais coisas favoráveis que há 10-20 anos atrás.

        • Arcanjo, você pontuou de forma bastante interessante e relevante.

          Gilson

        • Citando o meu próprio texto:

          “Claro que a internet tem um grande peso nessas mudanças. Por exemplo, algumas das funções que os encontros de RPG antigamente faziam, hoje são realizadas pela internet, como a divulgação de novos RPGs e encontrar grupos para jogar. E isso contribuiu para o esvaziamento dos encontros, assim como a cobrança de entrada (nos áureos tempos, os grandes encontros tinham entrada franca).”

          Ou seja, Arcanjo.sk, eu levo isso tudo em consideração e posso te garantir que não é saudosismo: na época eu era apenas um jogador, no máximo, colaborador do Trails RPG. Hoje tenho meu próprio portal especializado no hobby junto com minha esposa e uma equipe com dezenas de pessoas maravilhosas, e consegui lançar alguns livros. Além de fazer um encontro mensal que vai completar sete anos de existência, mais do que muitos grandes encontros duraram.

          Mas não posso negar o fato de que a quantidade de jogadores, a quantidade de consumidores e o volume de vendas de livros de RPG é bem menor do que em outras épocas. A quantidade de lojas virtuais não equivale à imensa quantidade de lojas físicas que fecharam de 2005 para cá (ou simplesmente abandonaram o ramo). E sempre houve um percentual relevante de pessoas que importavam.

          De modo que, sim, houve uma época em que o RPG tinha mais peso, relevância econômica, relevância perante a sociedade, mais jogadores, mais consumidores e produtos com maior tiragem e VENDAGEM (só para não deixar dúvida).

          No mais, o artigo em duas partes que você linkou é muito superficial, e o fato de subestimar o peso que as sextas-feiras dedicadas às escolas tinham, demonstra desconhecimento do autor de como elas aconteciam e da grande quantidade de escolas que participavam. Além de estar recheado de várias considerações puramente empíricas, sem nenhuma base numérica.

          A todo momento eu citei números e dei alguns dados, bem mais realistas que as 30 mil pessoas que seriam o recorde de público do Encontro Internacional.

          Por fim, note que o tema central do meu artigo não é nem estabelecer uma determinada “era de ouro”, ou repetir a evidente “crise” que o hobby passou, mas apenas apontar um novo modelo que emergiu dela, que me parece assim será daqui em diante, apenas isso.

          Marcelo Telles
          Coordenador do REDERPG

          • Telles, não querendo ser deselegante, mas onde você tem essas informações?

            “Mas não posso negar o fato de que a quantidade de jogadores, a quantidade de consumidores e o volume de vendas de livros de RPG é bem menor do que em outras épocas. ”

            Gilson

          • Gilson, eu acredito que eu já tenha dado esses números mais de uma vez, no artigo e nos comentários.

            Mas se quer um exemplo, se você somar todos os livros de RPG vendidos nos últimos dois anos, não chegam nem perto dos 20 mil exemplares do Livro do Jogador 3.0 de D&D. Isso sem contar outros tantos livros da 3.0 e produtos anteriores à Era d20.

          • Você está mensurando a quantidade de jogadores no país baseado-se em eventos? Eventos das regiões Sul e Sudeste, ou apenas Sudeste?

            Gilson

          • Estou me baseando em todos informes que recebi sobre encontros, desde 2005, onde a faixa etária aumenta a cada ano e são sempre as mesmas pessoas que aparecem.

            O público do hobby vem envelhecendo e não se renova, e muitos jogadores acabam se afastando por conta de outras prioridades (final de faculdade, trabalho, etc.). Isso também foi comentado no artigo.

        • Acredito veemente que na Era Digital, é importantíssimo filtrar informações e não acreditar nem tanto nos céus e nem tanto nos infernos. Então vou tentar tomar um tom imparcial nesse comentário.

          Lí os três artigos do Trevisan. Prefiro não comentar nada por lá, prefiro que seja aqui. Realmente em alguns pontos ele tem razão e reforçou uma visão que já tinha – de que não existe uma crise real no RPG como hobbie. Contudo, o mesmo não se pode dizer de seu momento mercadológico.

          Para as editoras é sim um péssimo momento para o RPG, e é aí que discordo categoricamente do artigo do Trevisan (que convenhamos, é um tanto tendencioso). Até concordo com ele que analisando fatos isolados não dá para apontar apenas um culpado, contudo, analisando o ambiente macro, vemos que o todo é uma soma de fatores que culminou com a situação mercadológica do RPG hoje em dia.

          A eliminação da Sexta-Feira do Encontro Internacional não foi uma facada na alma tão grande quanto se espera, afinal não é de minha pretensão dizer que só existem RPGistas paulistas (apesar de me recordar que existia eventos similares em outros estados). Contudo dizer que sua extinção é um agregador é simplesmente ignorar os fatos e a própria lógica! Factualmente se um evento que fomentava o hobbie para novos jogadores deixa de existir, isso tem consequências. Pode não ser o motivo principal, mas convenhamos que é um fator agregador.

          Também concordo plenamente, como qualquer pessoa informada, que o RPG não teve absolutamente nada haver com os crimes que supostamente envolviam o RPG, como foi divulgado em alguns sites. Também concordo plenamente, como qualquer pessoa informada, o grande absurdo que foi tentarem proibir a prática de jogar RPG no Brasil. Mas o que todos devemos concordar, como pessoas informadas, é que somos uma parcela pequena da população! Era de se esperar que a Mídia se valesse de grandes sensacionalismos (transmitidos de forma politicamente correta para não serem apontados como imparciais).

          Eu não me recordo de nenhuma retratação por parte de emissoras de televisão a respeito disso, e lembro vagamente de apenas uma nota de rodapé em um jornal se retratando por associar o RPG aos crimes.

          Qualquer pessoa que entenda o mínimo de comunicação midiática sabe qual é o peso de se afirmar algo (mesmo que em uma imparcialidade falaciosa) em rede nacional! As igrejas também se valeram do momento para “proteger” seus seguidores de certos tipos de práticas. Acrescente isso à pais que se envolvem na educação dos filhos e vemos muitos adolescentes (que representavam uma enorme parcela dos novos jogadores na época) que eram desestimulados (ou coibidos na pior das situações) de jogar RPG.

          Eu acredito veemente que uma discussão saudável sobre o mercado de RPG, como os anos 90 interferiram nos mercados de hoje e o que o passado nos mostra como encarar a situação. Mas isso não se faz com artigo tendencioso, mas com uma análise dos fatos fria e crítica.

  27. Salve Telles!!!

    Olha, gostei muito da análise e acho que a síntese que vc fez é bem condizent com o que vivi.

    Comecei a jogar na década de 90 com o AD&D, rapidamente me tornei consumidor, poi em menos de 1 ano eu estava mestrando. ENt]ao RPG passou a ser meu principal hobbie. Mesmo quando adquiri um saudoso PS1, o RPG Continuou sendo o “astro do final de semana”. Com o tempo comecei a comprar livros em inglês, no bom tempo do dollar = Real. MAS os lançamento da Devir eram sempre os mais esperados por mim, afinal n]ao tinha “inglês suficiente” pra jogar só com material importado. Eu comprava tudo que a Devir lançava de AD&D e WoD. Lembro que com o primeiro salário que recebi na vida comprei meu primeiro livro “Lobisomem o apocalipse”.

    O tempo passou e veio D&D 3ª no final dos 90, e naquela época ainda esperava a versão Devir mas já comprava muita coisa em inglês (o Básico do FR3ª por exemplo). Com o tempo comecei a perceber que não precisava mais de livros em português, pois o preço era quase o mesmo, com duas diferenças: Traduções ruins e esperar até 2 anos pra sair a versão nacional.

    No auge do d20 eu já tinha muito mais material importado que nacional e cada vez mais ficava insatisfeito com as traduções. A uns 5 anos passei a comprar pelo Amazon e aí não comprei nada mais em português.

    Com o tempo as ocupações ficaram maiores (estudo, trabalho, e agora filha ^^) e agora n]ao tenho quase jogado…diversões mais simples e práticas como um barzinho com os amigos, são mais viáveis e sem falar nos jogos eletrônicos de hoje. Os MMO “tomaram” um boa fatia do mercado (lebro do M. Cook no EIRPG 2007 dizendo “Nos EUA não vemos como mercado de RPG e sim mercado de Jogos. Dentro desse os rpgs são apenas uma fatia”). Sem falar que é muito mais fácil eu chegar do trampo ligar meu PS3 pra relaxar, que ficar preparando sessão de RPG pra sábado (meu único dia realmente livre), mesmo preferindo RPG.

    Eu ainda compro (tenho até comprado muito) , mas sempre pelo amazon, ou material antigo (AD&D, D&D, etc) usado. Qeum sabe n]ao farei de minha filha uma jogadora, mas creio que mesmo que isso aconteça, esses jogos novos como D&D4th que não me interessam, consequentemente é bem provável que não interesse a ela…

    Os consumidores mudaram, e os MMO, games, etc…conquistam muito mais essa molecada que não tem paciência pra ler um “livrão” e gosta de tudo rápido e fácil. Em contra partida temos o povo que se diz “Old school” só porque joga do mesmo jeito que sempre jogou e cria um ar de “somos melhores que a nova geração”…

    O engraçado é há muito tempo n]ão jogo da maneira que os ditos “old school jogam”

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