A Era de Marfim – Parte 2

A segunda parte da nossa série de contos observa o estado dos assuntos a resolver entre os Grandes Clãs, bem como as relações existentes entre eles, conforme a Era de Marfim começa!

A Era de Marfim – Parte 2

Por Seth Mason, Editado por Fred Wan

Doji Iza olhou para o movimentado porto de Aerie, um dos bastiões de poder da Garça nas Colônias. O ar gelado do mar soprou sobre a jovem, mas ela se abanou lentamente por força do hábito. Seu sensei lhe ensinou que a imobilidade era um sinal de tensão no comportamento de um samurai. A tensão mostrava que a pessoa estava tanto vigilante como pronta para atacar, ou ela estava defensiva e preocupada. Nenhuma dessas coisas servia ao interesse da família Doji em seus esforços para aumentar sua influência com as outras casas nobres, por isso um dos primeiros métodos que ela tinha adotado era para parecer mais serena e acessível.

Atualmente, isso servia-lhe bem para esconder sua ansiedade crescente. Nas docas, vários navios kobune do Clã Louva-a-Deus haviam chegado e começaram a descarregar os carregamentos e os servos da casa de Yoritomo. Devido a uma manobra inesperada do Louva-a-Deus, as famílias imperiais tinha beneficiado a família Yoritomo com nomeações para monitorar o comércio e os impostos na cidade da Garça. Meses atrás, um embaixador Yoritomo ameaçou iniciar uma disputa de força para tirar Aerie do controle das famílias Doji e Daidoji.

Iza não descartou a possibilidade, pois tal arrogância já causou a queda de muitos samurais. No entanto, ela não havia calculado o quão eficiente o Louva-a-Deus seria em por tal ameaça em prática. Ambos os clãs sofreram muito naquela que viria a ser chamada de a Batalha dos Dez Mil Mártires, mas o Louva-a-Deus estava em uma posição muito melhor para se recuperar. Eles tinham mais força nas Colônias do que a Garça. Assim, enquanto a família Yoritomo não possuía, nem de longe, o prestígio e a influência dos Doji, eles simplesmente tinham mais pessoas trabalhando para eles neste momento.

O falecido Doji Rengetsu tinha chamado Iza de brilhante, e a jovem Garça aprendeu a aceitar os elogios com elegância. Mas agora, ela percebia que brilhantismo não seria suficiente.

“Eles realmente não tem vergonha, não é?” O homem à direita de Iza ressaltou casualmente. Doji Katata, um primo de Iza que foi enviado recentemente para as Colônias, observava a movimentação com ela. “Eles desembarcam de seus navios como se já controlassem a área. Curioso.” As palavras de Katata não estavam carregadas com desdém, apenas com uma curiosidade sincera.

“Acho que você não tem lidado muito com o Louva-a-Deus, meu primo”, disse Iza, ainda abanando-se delicadamente. Ela permitiu que seu olhar vagasse, para não chamar atenção ao fato de que ela estava realmente observando apenas o Louva-a-Deus. “Vergonha não é algo com que eles parecem se preocupar. Eles são corajosos e ousados​​, e esperam que suas vitórias apaguem qualquer questão sobre seu comportamento.”

Katata virou seu olhar penetrante para sua prima e levantou uma sobrancelha. “Corajosos? Ousados? Iza-san, você soa como se os respeitassem.”

“Claro que eu os respeito”, a mulher respondeu, devolvendo o olhar para Katata. “Você não sabe sobre Daidoji Sosuke?”

A outra Garça franziu um pouco a testa, mas concordou. “Eu sei sobre o seu retorno ao continente, ele foi recebido… muito mal”.

“Humilhado”, Iza o corrigiu. “O nome de Daidoji Sosuke será sinônimo de fracasso e arrogância por gerações. Tudo por que ele acreditava que os Louva-a-Deus eram simples arruaceiros para serem levados em conta.” Ela olhou para baixo por um momento, contemplando a ideia. “Uma tolice, para começo de conversa – ainda que Sosuke estivesse correto, qual seria o sentido em enfrentar um inimigo sem valor? Onde está à honra de um samurai que provoca um inimigo que não tem seu respeito?”

Ela apontou vagamente para os navios do Louva-a-Deus, “Se o dragão enlouquecido não interferisse, eles teriam tomado a Cidade da Bifurcação Gêmea, e também Aerie depois disso. Quando uma solução militar não parecia ser mais viável, eles enfrentaram o desafio que nós lhes impusemos nas cortes e nos corações dos samurais.” Ela franziu a testa um pouco enquanto se virava para olhar as docas novamente. “O que eu devo fazer? Ignorar seus pontos fortes óbvios por causa do orgulho? Não somos mais sábios do que os Matsu? Eles devem ser respeitados, Katata-san. É o respeito que nos impedirá de subestimá-los. O respeito nos ajudará a chegar a um acordo.”

“Acordo?” a outra Garça repetiu, sorrindo ligeiramente. “Iza -san, você ainda tem alguma esperança de paz com o Clã Louva-a-Deus?”

“Katata, a sua percepção é valiosa, e foi por isso que eu pedi que você viesse para cá me ajudar. No entanto, eu acho que, talvez, você seja muito sério às vezes. Nós não somos os filhos de Lady Doji? A mulher que conquistou amigos mesmo entre aqueles que desprezavam a nossa maneira de ser?” Ela parou por um momento, olhando para o leque. “Eu acho que eles serão aliados muito melhores do que inimigos”.

O homem entrelaçou as mãos acima do seu obi e encolheu os ombros. “Se você acredita que sim”, ele disse solenemente. “Estou aqui para servir, acima de tudo. Como eu cheguei recentemente, talvez ainda não tenha dado tempo suficiente para acreditar esse seu sorriso radiante será o suficiente para mudar suas atitudes.”

Então Iza sorriu – o sorriso que Katata tinha acabado de mencionar. “Então você compreende porque eu pedi que viesse”, disse ela. “Não tenho pretendo vencer o Louva-a-Deus simplesmente pela amizade. Talvez tenha chegado a hora de lembra-los que nós, também, seríamos melhores aliados do que inimigos. Seu fundador aprendeu isso, outrora.”

Com isso, o leve sorriso de Katata se ampliou um pouco mais. “Eu havia previsto isso, Iza-san”, disse ele, acenando amigavelmente a sua cabeça para um Louva-a-Deus que olhou para ele. “Eu acho que você vai gostar da minha primeira surpresa para os nossos futuros amigos.”

*****

“Isso deve ser interrompido”, disse Tsuruchi Kaito com firmeza, seu semblante sombrio portando a carranca que era quase sua marca registrada. Os olhos de veterano experimentado se estreitaram como se refletisse em suas próprias palavras quando acrescentou: “Nós não podemos permitir hostilidade aberta contra o Clã Garça. Ainda não”. De fato, quase não havia um tom de ameaça nas palavras do homem.

A sala em que o conselheiro do Campeão do Louva-a-Deus estava concedendo audiência não era muito grande. No entanto, a abertura das portas e janelas permitiu que a brisa do dia desse a sensação de espaço para a reunião. Kaito estava reunido com vários samurais responsáveis pelos esforços do clã nas Colônias, uma vez que ele acabara de chegar ali. O Clã Louva-a-Deus possuía um grande número de propriedades na grande Colônia, sendo superado apenas pelo Clã Aranha. Por essa razão, o poderoso daimyo da casa de Yoritomo considerava o negócio nessa área muito importante para ele.

Próximo a ele, a chefe dos diplomatas do Louva-a-Deus nas Colônias assentiu. Yoritomo Yashinko era uma mulher idosa de grande experiência com a Garça e com as cortes do Império de maneira geral. Devido a isso, Hiromi tinha a convocado para o serviço, em vez de permitir que ela se aposentasse como era apropriado para sua idade. “Ninguém discorda da necessidade atual de paz, meu senhor”, disse ela gentilmente, “mas o fato permanece: há pouco que possamos fazer sobre isso por enquanto”.

“Aparentemente existe um homem que está se posicionando de forma contrária a determinação de Hiromi-sama e recrutando samurais, bem como camponeses, para fazer a guerra contra a Garça”, disse Kaito, olhando a mulher de maneira desaprovadora. “Explique-me o porquê de não termos o controle sobre a situação. Encontre-o e mate-o”.

“Meu senhor”, disse Yashinko, inclinando a sua cabeça, “Eu não tenho intenção de desrespeitá-lo, mas temo que você possa não ter o entendimento total da situação atual nas Colônias. A grande maioria das nossas forças militares se perdeu na Batalha da Cidade da Bifurcação Gêmea”.

“Eu prefiro o título Dez Mil Mártires”, disse o Tsuruchi, cruzando os braços. “Ela evoca uma atitude mais positivam em relação ao nosso clã.”

A Louva-a-Deus mais velha sorriu um pouco com isso, mas continuou, “Nós quase não temos condições de proteger nossas propriedades como estão”, ela explicou apontando para um mapa da área na mesa entre eles. “Temos recursos suficientes para mover algumas tropas quando houver um ataque ou outro incidente, mas esperamos que nada de maior gravidade aconteça”.

“Eu havia entendido que a Garça tinha sofrido mais perdas do que nós como o resultado da batalha. Se nós não conseguirmos impedir esse grupo desgarrado, talvez não tenhamos que temer as consequências”, pensou em voz alta. “A Garça pode não ter os meios para revidar. Se novas hostilidades seriam catastróficas para nós, certamente seriam fatal para eles”.

Yashinko balançou a sua cabeça, “Não é tão simples, é claro. Se a situação fosse diferente, se talvez uma Garça desonrada estivesse causando problemas, você estaria correto. Mas este Tsuruchi Gombei…”.

“Não diga esse nome”, disse Kaito rapidamente, sua carranca se acentuando. “O homem deveria ter morrido na Batalha dos Dez Mil Mártires. Ao invés disso, ele fugiu como um covarde e agora ignora uma ordem de Lorde Yoritomo. Ele não é mais um Louva-a-Deus, e eu farei a família Tsuruchi retirar o seu nome de nossos registros”.

“Gombei, então,” a mulher se corrigiu, “está fazendo com que nós sejamos vistos como o lado agressor. Haverá uma onda de simpatia em relação à Garça”.

Kaito concordou, “Sim, é claro,” disse em um tom irritado. “A Garça vai empunhar suas armas para se defender bravamente em uma luta desesperada, e as outras famílias nobres irão intervir em seu nome.” Ele parou por um momento, olhando pela janela sem focar em nada em particular. “De fato, eles já deviam estar usando esse tipo de caso na Corte de Marfim. Por que não usariam?”

“Poucos sabem sobre os ataques de Gombei”, respondeu Yashinko. “Restaram poucos batedores e mensageiros da Garça vivos. Grande parte de suas propriedades externas ainda jazem em ruínas depois de nosso conflito. Enquanto a Cidade da Bifurcação Gêmea e Aerie estão se recuperando bem, eles não possuem os recursos para se reconstruírem tão rapidamente como nós. Assim, eles não ouviram falar da maioria desses ataques, ou não sabem o suficiente para deduzir que é trabalho do mesmo grupo”.

“E como é que nós temos essa informação?”

A Louva-a-Deus mais velha suspirou imperceptivelmente, pois sabia que o seu senhor não gostaria da resposta. “A Governadora, Kaito-sama. Sua rede de informação e influência já ultrapassava a nossa própria antes mesmo do conflito contra a Garça”.

“Um dia, ela vai cobrar esse favor, sem dúvida,” resmungou Kaito. “No entanto, talvez esta informação seja valiosa o suficiente para ficarmos em débito com aquela mulher.” O homem coçou a barba pensativamente, e em seguida, fez um movimento de desprezo no ar. “Que assim seja. Temos de nos concentrar em assuntos que requerem nossa atenção. Se estamos reconstruindo, nós reconstruiremos. Devemos trazer mais tropas do continente – mais do que aquelas que eu trouxe comigo, me parece. Mas por enquanto, talvez os soldados que eu trouxe possam ser encarregados de caçar este Gombei. Discretamente.”

“Isso me leva a uma outra questão”, disse Yashinko calmamente, indicando um dos pergaminhos sobre a mesa. “Parece que a burocracia imperial tem outros planos”.

Os olhos do Tsuruchi se estreitaram quando ele pegou o pergaminho para ler. Minutos se passaram e vários dos guardas trocaram olhares preocupados, mas não temorosos. “A Imperatriz deseja que nós… lidemos com os gaijin restantes nas Colônias”, disse ele. “Parece que os sobreviventes dos Reinos de Marfim devem ser tratados como uma única entidade e considerados ou uma nação amiga ou uma ameaça a ser eliminada, ao invés de serem tratados como vários povos. Uma feliz coincidência que eu tenha trazido o tipo de homem que pode ser útil nessa empreitada. E eu que achava que poderia usar esses soldados para reforçar os nossos exércitos permanentes e deixá-los preparados para meus próprios fins.” Ele franziu a testa, colocando o pergaminho sobre a mesa.

“Sim, certamente uma coincidência”, disse Yashinko, copiando a carranca do homem. “Estou certa de que ninguém teria propositalmente feito um cruzamento das informações entre o problema com os gaijin e a chegada de tropas do Louva-a-Deus para o Conselheiro Imperial”.

“A Garça?”

“A Garça”.

*****

“Ouvi dizer que você estava nos deixando”, uma voz agradável entrou pelo vão da porta.

Yoritomo Hiromi, o Campeão do Clã Louva-a-Deus, parou de embrulhar as suas armas para a viagem e se virou. O senhor da família Yoritomo viu seu amigo, Daidoji Tametaka, em pé atrás de seu próprio Campeão – o senhor da casa Doji, Makoto.

“Tametaka-san, Makoto-san,” Hiromi cumprimentou os dois homens com um aceno de cabeça, embora seu tom tenha sido um pouco mais formal para a última Garça. “Sim, estou indo para a Segunda Cidade. A Imperatriz e eu concordamos em um determinado curso de ação que deve ser tomado. Eu acredito que seja meu dever coordenar os nossos esforços nas Colônias”.

“Com certeza”, disse Makoto, olhando ao redor por um momento.

Hiromi fez uma pausa, tomando fôlego. Era evidente que ele estava um pouco irritado com a visita, mas sua paciência permaneceu intacta. “Por favor, entrem”, disse Campeão do Louva-a-Deus, gesticulando para o seu dojo pessoal um tanto quanto vazio. As propriedades do Louva-a-Deus na Cidade Imperial eram bem decoradas e luxuosas, no entanto, a sala de treinamento pessoal de Hiromi era um contraste incisivo com todas elas.

O Campeão da Garça inclinou-se em gratidão antes de entrar, assim como Tametaka. Conforme Makoto andava em direção ao outro campeão, o comandante Daidoji seguia a seu lado, seus olhos examinando as várias armas e os alvos de prática.

“Devo conseguir para você uma lança para afastar o tédio, meu amigo?” Hiromi perguntou a Tametaka com um sorriso.

A Garça caminhou até o suporte de armas e pegou um par de kama – a arma símbolo da família Yoritomo. “Isso faria, eu acho”, Tametaka destacou com um leve sorriso. “Eu acabei gostando delas durante nossas sessões de prática”.

“Então elas são suas”, disse o Louva-a-Deus. “E não se preocupe em tentar recusá-las educadamente. Tenho certeza de que o seu senhor”, ele indicou Makoto com o dedo, “nesse caso em particular, não vai considerar um insulto eu lhe presentear com essas armas de guerreiro”.

Os olhos do Campeão da Garça brilharam ante o dedo apontado por um instante, dando-lhes um aspecto triste. “Um presente gentil”, disse Makoto. “Alguma ocasião especial?”

“A grande generosidade do Louva-a-Deus simplesmente não conhece limites, Makoto-san”, disse Hiromi com um sorriso. “Eu não sei quando vou poder ver o seu vassalo novamente. Talvez seja algo para ele se lembrar de mim”.

“A amizade entre o Campeão do Louva-a-Deus e o general da Garça que estava coordenando uma guerra contra o Louva-a-Deus há apenas alguns meses é algo que deve ser celebrado em todas as oportunidades”, o Campeão da Garça refletiu. “No entanto, a sua declaração realmente é muito terrível. Você acredita que possa existir algum perigo em particular na sua tarefa, meu amigo? Certamente você estará perfeitamente seguro nas excelentes embarcações do seu clã durante a viagem.” Os olhos de Makoto pareciam brilhar um pouco mais intensamente.

Hiromi virou-se novamente para embalar as suas armas para a viagem. “Eu sei que você não é nem um pouco mentiroso, Makoto-san”, ele disse sem rodeios, “então me diga o que você já sabe. Poupe-nos algum tempo”.

“É claro”, a Garça respondeu casualmente. “Se eu entendi corretamente, a Imperatriz deixou claro que o Louva-a-Deus deve fazer tudo a seu alcance para lidar com os gaijin restantes nas Colônias. Isso é de conhecimento público.” O sorriso de Makoto desapareceu sob um olhar de preocupação quando ele continuou, “Mas eu acredito que a Filha do Céu foi mais discreta quanto à necessidade de investigar o que restou do Culto do Destruidor… bem ao norte das Colônias, se fui informado corretamente”.

Com isso, Tametaka também parou de examinar as armas e se virou para olhar Hiromi.

“A informação está correta”, disse Hiromi, sem interromper sua tarefa.

“Eu sei que você não gosta de mim, Hiromi-san”, disse Makoto, dando um passo em direção ao outro Campeão. “E eu tenho que dizer que, apesar de sua grosseria poder ser ignorada de vez em quando, eu estou desapontado quanto ao seu orgulho ainda o impedir de abraçar verdadeiramente a amizade que nós estamos oferecendo a você. Eu esperava uma atitude… mais perspicaz de você”.

Houve um momento em silêncio quando Hiromi interrompeu seus preparativos.

“No entanto, os nossos interesses mútuos alinharam-se muito bem nos últimos meses, não é?”, continuou Makoto. “Nós agora trabalhamos para o benefício de ambos os nossos clãs e pela glória da Imperatriz. Eu percebo que você não é o homem grosseiro que os outros acreditam, e certamente eu odiaria perder um aliado tão valioso como você”.

O Campeão do Louva-a-Deus virou-se e olhou desconfiado para Makoto. “Makoto-san, a sua preocupação com a minha pessoa é sincera?”

“Por favor, tente não morrer”, disse o Campeão da Garça com o seu meio-sorriso característico. “Isso iria complicar as coisas para nós dois. Eu odiaria ter que voltar a guerrear com o seu clã, no fim, isso seria realmente muito embaraçoso para todos os envolvidos”.

“Tente não desperdiçar sua energia se preocupando comigo, Lorde Doji”, disse Hiromi, levantando uma sobrancelha. “Eu sei que as tensões entre o Leão e Escorpião estão aumentando.” Ele aguardou um momento e acrescentou em seguida, “Eu acho que o perigo pode ser maior para você do que para mim, se você pretende se envolver no meio disso”.

A expressão alegre de Doji Makoto não se alterou, mas seus olhos se arregalaram um pouco. “Sempre cheio de surpresas, Hiromi-san. Mas, sim”, disse a Garça, examinando algumas das armas na parede, “parece que vários representantes do Escorpião começaram importunar o Leão. Pessoalmente, acredito que Bayushi Nitoshi desenvolveu um… interesse doentio por Akodo Dairuko. Possivelmente, ele está tentando descobri como o Leão agirá enquanto a sua própria Campeã está tão longe nas Colônias. Então, mais uma vez – sim, eu acredito que pode ser a hora de aconselhar os dois clãs do quão ruim a situação pode se tornar. Onde você conseguiu essa pequena informação”?

“Nem todos podem ser abençoados com o charme e a beleza de Doji, Makoto-san,” Hiromi respondeu. “Algumas pessoas só podem contar com cofres absurdamente grandes. No entanto, você ficaria surpreso com a quantidade de coisas que se consegue com isso”.

“De fato”, disse Makoto. “A Garça está bastante familiarizada com o valor de alguns koku extras aqui e ali, mas eu estou disposto a admitir que talvez o Louva-a-Deus seja simplesmente os melhores em fazer uso de tais recursos.” O Campeão da Garça olhou para Tametaka, “Então, será que está na hora de voltarmos a explorar os maravilhosos presentes que temos acesso”?

“Se em algum momento você me fizer lamentar do momento em deixei minhas costas viradas para você, Makoto-san, eu garantirei que a guerra resultante seja embaraçosa apenas para você”, disse o Louva-a-Deus seriamente. “Dito isso, eu prefiro muito mais competir aqui com seus homens em relação ao comércio enquanto tratamos de problemas mais sérios em outro lugar. Então, boa sorte, Lorde Doji”, Hiromi curvou-se brevemente.

“Certifique-se de que você não se torne um… ‘problema sério’ no processo, e nós continuaremos a desfrutar dessa nova prosperidade.” O Campeão da Garça respondeu. “Boa sorte, Lorde Yoritomo,” Makoto acrescentou, retribuindo o gesto.

Link para o artigo original:

http://www.l5r.com/2014/02/02/age-ivory-part-2/

Traduzido e adaptado por Rafael Silva

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