Apresentando: Forbidden Magazine (e uma resenha da edição 4)!

Salve, bravos! Começo dizendo que estou em débito com vocês. Quando surgiu o convite para escrever sobre e para o Old Dragon, me prontifiquei a ser a voz do dragão vetusto nas terras da REDERPG, mas com os atrasos da editora acabei ficando em hiato com meus próprios materiais, e mesmo no site que comando – a Casa do Alquimista – tenho falado muito pouco do sistema.

Não me entendam mal, eu continuo gostando muito do OD, ainda produzo materiais para ele e vez ou outra ainda jogo com meu grupo, mas os atrasos da editora fizeram com que eu e outros criadores de conteúdo diminuíssemos o ritmo ou olhássemos para outros sistemas, como o Pathfinder 2, Tormenta20, a D&D 5ª Edição, para sistemas com pegada mais old school, como o sensacional Arcanas e Ancestrais ou mesmo para sistemas no meio-termo, como o Vanguarda e o calango das antigas ficou meio de lado.

Mas eu tenho uma missão a cumprir e farei isso. Vamos começar tirando a poeira da velha escrivaninha!

Uma ideia bem-vinda

O ano de 2020 é um marco para o OD, afinal neste ano completamos 10 anos da primeira publicação. Comprei minha primeira edição em 2011, mas só em idos de 2013 ela me chamou atenção, e foi meu sistema principal até 2019, como uma alteração aqui e adição ali e meus jogadores curtiam dar piruetas em Thordezilhas ou explorar o Forgotten Realms/Mystara com regras mais Old School.

Agora, dez anos depois e com um hiato superado, temos a oportunidade de receber material de qualidade recorrentemente. Uma revista do OD – promessa antiga – chegou à luz, permitindo que jogadores e Mestres desfrutem da visão de diversos autores com pontos de vista diferentes sobre o sistema em um só lugar.

Não vou dizer que achei a revista a oitava maravilha do mundo RPGístico (falaremos disso mais adiante), mas ter material recorrente é sempre bom. Tormenta mantém-se firme há tanto tempo por suas publicações, assim como D&D foi atendido pela Dragon e Kobold Quartely. Agora é a vez do Old Dragon com a Forbidden Magazine.

Altos e Baixos

Mas deixando a enrolação de lado, preciso listar 3 coisas que gostei e 3 que simplesmente travaram minha cabeça:

1 – Texto de qualidade… O texto das edições é muito bem trabalhado e editorado, e os nomes que assinam as matérias já valem o investimento em si. Quase todos são acompanhados de tabelas e exemplos, sempre muito claros e buscando ser o mais útil possível para Mestres e jogadores, mesmo que não usem o sistema da casa.
1 – …Mas que parece incompleto. Ao mesmo tempo, temos a impressão que faltou alguma coisa… às vezes o texto termina de forma brusca ou parece que algo importante foi cortado. É uma sensação recorrente, que não atrapalha totalmente a compreensão do texto, mas transmite uma estranha sensação de incompletude.
2 – Formato interessante… A revista é apresenta em widescreen (ótima para ler no PC) com texto em letras fáceis de se ler, mesmo que em algumas matérias o fundo da página seja bem feio ou dificulte a leitura.
2 – …Mas péssimo para ler no celular. A revista tem espaços e margens grandes, que deixa a estética da publicação bem bonita, mas por ser em formato widescreen essa belezura toda cobra seu preço: ler a revista na tela de um celular é uma tarefa meio árdua, pois nem sempre é fácil manter o texto centralizado na tela e conseguir ver todo o material, o que deixa a experiência meio incômoda, mas novamente nada que seja um problema grave. Confesso que achei inusitado a escolha desse formato, pois todos os materiais da Buró nos foram entregues no tamanho A5, e é quase uma marca registrada do sistema: bons livros em formato A5.
3 – Ótimos materiais… É um prazer ver bons materiais juntos numa publicação só, e alguns medalhões do sistema – como o Rafael Beltrame, o próprio POP, Mônica de Faria, David Dorneles, a patota do Mostache – trazem matérias de qualidade para os fãs do sistema, mantendo-o vivo.
3 – …Que só vão ficar no PC mesmo. Essa crítica serve para todas as revistas on-line: Dificilmente algum assinante vai imprimir o material – e pela diagramação acredito que não seja essa a intenção dos autores. Algumas páginas são muito escuras, o que vai dificultar bastante na hora da impressão, enquanto outras possuem uma ou duas tabelas, que sinceramente não valem a impressão. Um fã bem interessado poderia remover o texto, colar num editor de texto e depois imprimir, mas acaba sendo mais fácil manter no PC mesmo.

Mas vale a pena assinar?

Sim, vale! Especialmente se você for fã do Old Dragon ou de qualquer variante do sistema d20, já que a maioria das matérias que aparece na Forbidden é facilmente adaptável a qualquer variante do sistema. Além disso, o preço é bem camarada (R$ 7,50 por mês) e chega bonitinho no dia prometido!

Embora eu tenha citado baixos da publicação, não entendam como uma critica ruim – É para isso que servem as resenhas, não? – são apenas pontos que me incomodaram, mas não pontos de desabonem o material.

Mas e a resenha sobre as edições?

Bom, caro explorador, por uma falha de timing, acabe perdendo a oportunidade de resenhar as quatro primeiras edições da revista (0 – 3), mas o que posso adiantar é que elas vem melhorando número após número e num futuro próximo desejo revisitá-las. Então, pode aguardar que em breve todas elas serão esmiuçadas e apresentadas aqui.

Sérgio “O Alquimista” Gomes
Equipe REDE
RPG

Forbidden Magazine #4

Salve, bravos! Espero que estejam todos bem e se cuidando para não pegar corona! Lavem sempre suas mãos, usem máscara e evitem aglomerações! Queremos todos vivos, bem e prontos para voltar a seus jogos presenciais assim que a situação for segura!

Como prometi na matéria anterior (acima), vamos à análise da atual edição da Forbidden Magazine, a revista da Buró voltada ao público de Old Dragon!

Antes de mais nada, vamos falar da revista como um todo. Como eu disse em “Apresentando: Forbiden Magazine!” (acima) o projeto gráfico continua primoroso e é interessante, seguindo o padrão apresentado na edição #1, consolidando sua identidade visual, com arte interna mantendo o padrão de qualidade da Buró. O fato de ser widescreen ainda é um tanto incomodo, especialmente porque leio pelo celular, mas nada que seja de total relevância ou que incomode tanto quanto as páginas com cinco linhas de texto ou títulos que tomam uma página inteira.

Quanto às matérias, o trabalho da equipe mantém o nível e não foge ao padrão apresentado pela editora, e pode ser utilizado tanto pelos jogadores de Old Dragon quanto por jogadores de outros sistemas.

• Encontro Aleatório. O Sarau do Nobre Domingos. Abrindo a edição, uma aventura de Álvaro Botelho completamente caótica e extremamente divertida. É aquele tipo de encontro que pode ser encaixado em qualquer aventura já em andamento e que gera confusões e repercussões que irão acompanhar o grupo por um bom tempo. Só digo que é divertida e bastante útil, especialmente no tempo entre aventuras, mas como é bastante resumida, qualquer coisa que disser a mais seria um baita spoiler. De longe a matéria que mais me agradou nessa edição;
• Ser Mago pra quê? Ou Magos para quê?, como foi creditada no índice, é o grande destaque da edição, discutindo a natureza, importância, utilidade e apresentando saídas para deixar a classe mais atrativa, uma vez que em níveis mais baixos é meio complicado jogar com um personagem que pode morrer com um tombo. A matéria é – como todas as outras da edição – extremamente bem escrita, mas cita informações de um produto não oficial do sistema, como regras para truques, sem apresentar as regras de fato, como aconteceu com uma das raças do Legião, presentes no Manual de Raças e não no livro de cenário. É complicado, pois se o Mestre realmente se interessar pela mecânica vai ter que investir umas peças de ouro em outro livro…
• QAAC: De novo! Rafael Beltrame e Thiago Righettin têm apresentado formas de desenvolver e apresentar aventuras iniciais desde a edição passada (que ainda vou resenhar, prometo) que trazem conceitos bastante interessantes para o Mestre – em especial Mestres novatos – como o que é um sucesso em um RPG ou como jogadores devem – ou pelo menos deveriam – se portar durante uma aventura, os três pilares do RPG (opinião que pode divergir entre Mestres de outros sistemas, mas que é a base do Old Dragon) e nos apresentam uma aventura no estilo dungeon crawl – A catacumba do Necromante – bem interessante para grupos novatos ou campanhas em início;
• Gerador de Aventuras para Space Dragon. Aqui não se tem muito o que falar – é um amontoado de tabelas para gerar uma aventura – mas é extremamente útil, tanto para o SD quanto para Starfinder, Milênia, Gatos Espaciais, Audaciosamente Indo… ou qualquer outro RPG com esta temática;
• Tomos da Magia. Uma discussão sobre a introdução e importância de escolas de magia no OD. Interessante e útil, principalmente para diversificar o mago, mas seria mais interessante se apresentasse uma lista de magias por escola;
• A coluna O Ogro Alegre (apresentada como o ORC Alegre no editorial), traz o gancho de aventura o escudo invisível que somente os heróis inteligentes podem ver, uma enrascada que os personagens podem se meter ao mandar um personagem de baixa inteligência ao mercado. De longe foi a matéria menos interessante da edição, mas não sem utilidade.

Conclusão

Eu fico muito feliz em ver como a Forbidden tem se firmado no mercado, sua evolução de linha editorial e a qualidade constante. Recomendo fortemente que nosso leitor assine a revista, especialmente se é um jogador de Old Dragon e mesmo com as críticas considero um material de alta qualidade. Espero que num futuro próximo os sistemas e cenários sejam mais diversificados, principalmente com a chegada de Kult e as variantes do Blades in the Dark.

Sérgio “O Alquimista” Gomes
Equipe REDE
RPG

Para assinar a Forbidden Magazine, bastar ir no link a seguir:

catarse.me/forbidden

 

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