Dicas de Mestre: Sinergia e Coerência

Olá, leitores! Como vão? Não sou uma narradora tão experiente e tenho mais tempo em jogos de fórum do que no RPG de mesa (propriamente dito). Contudo, me esforcei para aprender a maioria dos RPGs conhecidos e notei, e ainda noto, muitos vícios que perduram até os dias de hoje.

O primeiro, e mais clássico deles, é a falta de interpretação por parte dos Mestres de Jogo quando utilizando os antagonistas, monstros e afins. Numa loja (onde há um espaço para se jogar RPG), esses dias, vi um grupo de sete jogadores chegar na entrada de um covil e enfrentar seis goblins. O Mestre, com quase o dobro da minha idade (Tenho 18) seguiu com o combate normalmente e, depois da batalha, eles seguiram para dentro do local, onde se confrontaram com outros inimigos posteriormente.

A questão é: por que os goblins não recuaram para dentro do covil? (O que, segundo a descrição da própria raça no livro dos monstros, seria o sensato).Goblin-battle-5e

Outra questão muito importante, e geralmente esquecida por muitos narradores, são os sons de batalha. Enquanto acontece um combate ferrenho na sala/cena anterior a uma sala/corredor/andar, os demais monstros permanecem exatamente no mesmo local onde estão posicionados – mesmo que armas se choquem e magia seja conjurada. Alguns destes inimigos, talvez por mobilidade, magia de controle ou qualquer outro bom argumento, talvez permaneceria no local, mas e os outros? Eu já vi alguns Mestres falando neste termo como “Efeito Cavaleiros do Zodíaco” (onde o cavaleiro fica à espera dos combatentes em sua casa, não arredando o pé dali por se acharem mais poderosos do que os que vem tentar derrotá-lo). E, claro, nada contra Os Cavaleiros do Zodíaco. Acontece que falta essa sinergia entre os inimigos, que podem ter estratégias elaboradas –  e isso daria até mais vida a aventura.

E os objetivos dos monstros/antagonistas? Chegar e matar parece a primeira intenção que passa na cabeça dos jogadores. Será que isso é inconsciente, devido à práticas de anos (de outros jogos) ou os livros não incentivam muito a interação entre os “heróis” e monstros? Parece que receber uma missão de salvar a vila/cidade/pessoa importante os cega em relação a qualquer outro fator relevante. Se os “heróis” foram naquele local/covil/etc (se é que eles tiveram escolha), porque não descobrir sobre as intenções dos inimigos? Isso daria a eles mais informação sobre a região e os poria a par dos possíveis conflitos/mistérios que o cercam.

Porém, para que tudo isso funcione, o mestre deve perder um tempinho fazendo suas anotações e, muitas vezes, até incluindo mais informações do que diz “o roteiro” – que é como eu enxergo essas aventuras prontas (que não deixam de ser interessantes para jogadores inexperientes e até para alguns com anos de RPG). Mais do que abrir o livro, chacoalhá-lo e fazer os monstros caírem sobre o tabuleiro, é ele dar uma boa revisada para tentar criar uma sinergia entre os acontecimentos. Ex: “Se os jogadores vierem por aqui, acontece isso e isso. Se eles fizerem isso, acontece aquilo e aquilo. Caso eles rendam este monstro, ele terá essa e aquela informação importante”.

 

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Written by Kerol
Espontânea, Dinâmica, Amigável e Criativa. Gosto de muito tipos de RPG. Amo HP e GoT.

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