Dharjasta, a Cidade da Harmonia

História: Conta-se que há centenas de anos, um panteão de deuses do leste travou uma horrenda guerra contra os asuras – demônios de terrível poder. Os deuses ganharam essa guerra devido à presença de um semideus chamado Dharja, filho do deus dos trovões. No entanto, após essa vitória, Dharja se viu hostilizado pelos próprios deuses. Como não possuía um lugar no panteão, ele rumou para oeste. Dharja jurou que criaria uma cidade onde não só ele, mas como todos aqueles que provassem seu valor poderiam governar. Ele fundou a gloriosa cidade de Dharjasta, onde governa até hoje por meio de seu Avatar.

Descrição: Dharjasta é uma gigantesca metrópole localizada no encontro dos grandes rios com o mar. Criada por uma exótica cultura do oriente, Dharjasta, no entanto, é uma cidade cosmopolita e aberta a todos aqueles que conhecem os benefícios da civilização.

Suas muralhas enormes de pedras brancas narram por meio de desenhos a grande guerra de Dharja contra os asuras. Deuses, demônios, guerreiros de biga ou em enormes elefantes preenchem os belos murais.

A cidade em si é dividida em sete distritos, construídos em torno do Palácio de Marfim. Há um distrito dos prazeres, para descanso, alimentação e divertimento; um distrito do conhecimento, com bibliotecas, sábios, escrivãos, clérigos e oráculos; um distrito para mercenários, armas e demais itens de guerra; um distrito voltado para o mar, com barcos e companhias marítimas, comidas, especiarias e ervas; um distrito para agiotas, banqueiros, diplomatas e demais negociadores; e um distrito voltado para artesões e companhias de ofício em geral. Dharjasta conta ainda com o Distrito das Lâmpadas, escavado embaixo da cidade e feito para abrigar os povos do Subterrâneo.

Fora os distritos existe o Palácio de Marfim, morada do Conselho da Harmonia, que administra a cidade. O Conselho é composto por ex-membros da Guarda, eleitos quando um de seus membros falece. O Conselho é ao todo composto por 9 membros. É uma tradição e uma lei imposta pelo Avatar de que o Conselho seja composto por três membros cuja índole favoreça a Ordem, três para a Neutralidade e três para o Caos. O Avatar em si é um mortal escolhido por Dharja para manter o Conselho equilibrado. Fora isso ele raramente interfere. O atual Avatar é um mago do leste chamado Varaksha. Apenas Varaksha – que tem sido o Avatar nos últimos duzentos anos – pode adentrar no Recinto da Lótus e ter com Dharja em pessoa. Alguns membros do Conselho até duvidam que o semideus ainda esteja neste plano. Mas eles não ousam desafiar os poderes do Avatar, que controla a guarda de devas do Palácio de Marfim.

Além do Palácio de Marfim, a cidade também tem como pontos importantes as Torres Gêmeas. Existem duas em cada um dos quatro portões e duas no porto. As Torres Gêmeas são a morada da curiosa Guarda de Dharjasta.

Lei e Ordem: Dharjasta foi criada sob a premissa de que qualquer um de seus habitantes poderia se tornar um de seus governantes, não importa sua índole. Daí sua epítome de “Cidade da Harmonia”. A Guarda de Dharjasta é composta por moradores da cidade que juraram lealdade ao Avatar através de uma cerimônia sagrada no Palácio de Marfim.

A Guarda é composta por uma miríade de raças e profissões, alguns sendo até mesmo seres extra-planares. Há inclusive um jovem dragão e dois gigantes na guarda. O único pré-requisito é jurar servir ao Conselho da Harmonia. O juramento é reforçado pelo Cetro de Dharja, um artefato portado pelo Avatar. Quebrar o juramento ocasiona em uma maldição para o renegado, cuja testa fica marcada por uma runa mística.

A Guarda tem como deveres vigiar as ruas, investigar crimes e prender suspeitos. Somente um Capitão da Guarda pode julgar e executar um prisioneiro. Por tradição do Conselho, os juízes normalmente são escolhidos pelos membros da Neutralidade, enquanto que os investigadores e executores são escolhidos pelos membros da Ordem e do Caos.

Como toda a Guarda presta juramento perante o Conselho e tem chances de ascender a um de seus tronos, há muita intriga para comprar e patrocinar os mais promissores candidatos.

Dharjasta é uma cidade extremamente aberta. Todas as religiões, credos e raças são aceitos desde que não cometam crimes de furto, sacrifício humano (apesar da compra e morte de escravos ser aceita) ou destruição de propriedades. Qualquer um que pregar contra Dharja e seus feitos é igualmente acusado. Criminosos normalmente são vendidos como escravos ou trancafiados na prisão por algum tempo, no caso de crimes leves. Há vários status de servidão também, que não configuram tecnicamente escravidão, apesar de se assemelharem bastante com ela. Dívidas normalmente resultam em servidão temporária.

Atacar alguém nas ruas por meras diferenças ideológicas é igualmente um crime. Não importa se o ofensor é um paladino ou sacerdote e o ofendido é um orc que saqueou alguma vila ou região. Em Dharjasta essas “acusações” não valem nada.

O Governo: Como mencionado, Dharjasta é governada oficialmente pelo semideus Dharja, na forma do Avatar, atualmente um mago humano chamada Varaksha. Não se sabe ao certo quem é Varaksha, pois ele teria chegado à cidade na noite em que o antigo Avatar faleceu (um humano com sangue celestial e amigo de Dharja chamado Arajupta). Varaksha permanece um mistério para o Conselho da Harmonia, que suspeita que ele tenha uma rede de espiões pessoais na cidade.

O Conselho é na verdade o corpo político que controla Dharjasta. Composto por nove membros, eles representam as “forças fundamentais do Universo” nos dizeres do Avatar. Entre seus membros atuais, se destacam os seguintes:

Ezírina: uma lamia senhora da maior parte dos escravos do distrito dos prazeres. Ocupa um dos três Tronos do Caos. Ezírina despreza violência e tenta conseguir o suporte dos membros dos Tronos da Neutralidade para suas manobras políticas. Ela espera que Mestre Vento morra logo para que possa promover um de seus servos.

Mestre Vento: um humano de idade avançada e um homem santo, Mestre Vento ocupa um dos Tronos da Neutralidade. Muitos de seus discípulos ainda servem na Guarda, o que torne esse velho monge extremamente influente.

Calladaran: esse bravo guerreiro ainda é renomado por ter salvado Dharjasta de uma horda goblinóide décadas atrás. Hoje é um membro do Conselho e ocupa um dos Tronos da Ordem. Poucos sabem que na verdade Calladaran é um deva enviado para Dharjasta para investigar quem realmente é o Avatar e seu mestre semideus. Ele pouco descobriu até hoje.

Ganchos:

Bem vindos à Guarda: Personagens de boa índole se vêem salvos por agentes de Calladaran. Em troca do favor, o celestial exige que eles entrem para a Guarda da cidade durante um ano. Como protetores de Dharjasta, os personagens enfrentam casos insólitos e bizarros, lidando com as mais variadas raças.

Diplomacia: Uma nação hostil decretou um encontro para um acordo de paz. O Avatar de Dharjasta ficou satisfeito em prover um terreno neutro para a negociação. Os personagens são contratados para servir de guarda-costas e ficar de olho em quaisquer tentativas de assassinato.

Ajudem O Sujeito Maligno: Um clérigo maligno procura o grupo de personagens afirmando que uma relíquia dedicada a seu deus foi roubada. Ele informa que ela pode ser usada de maneira indevida e que mesmo tentativas de destruir o item podem condenar partes inteiras da cidade. Por que ele procurou logo ajuda de um grupo de personagens bons? Bem, porque pelo menos o clérigo espera que o grupo não o traía, como fez o anterior.

 

Por Tzimisce
Ilustração: Gláucio Marcos Costa

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O mini-cenário “Dharjasta, a Cidade da Harmonia” foi publicado originalmente no antigo portal em 20 de junho de 2009 e teve 2.768 leituras.

Dharjasta

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