Sigmata: Este Sinal Mata Fascistas RPG (resenha)

Sigmata: Este Sinal Mata Fascistas, RPG escrito por Chad Walker, traz uma proposta inovadora e bastante interessante, ao mesclar uma visão em um conflito que depois de tanto tempo se reacende no contexto politico, além de apresentar uma intervenção original a este embate. Não se sabe se pela originalidade ou pela temática, mas o jogo teve uma grande aceitação em 2018 com um financiamento muito bem-sucedido e uma indicação ao BAMFsies Awards, premiação de RPGs com temática de super-heróis, que culminou com uma medalha de prata para o jogo.

Sigmata, de acordo com o dicionário, significa sinal ou marca, e essa premissa é o que alimenta o jogo em todos os quesitos. Ao falarmos do cenário, temos como pano de fundo uma versão distópica dos Estados Unidos. O jogo se passa nos anos 1980, em uma realidade totalmente oposta à nossa. De acordo com os fatos presentes na linha temporal da obra, nos anos 1960 temos a eleição de Joseph McCarthy como presidente em vez de Nixon. Externamente, o país torna-se marcado por sua constante presença em conflitos contra a União Soviética. Internamente, temos um governo que implanta uma caça às bruxas aos adeptos do pensamento comunista, marcado por sua truculência, autoritarismos e a intolerância a grupos como negros, homossexuais, entre outros, reafirmando uma postura fascista, fazendo-o receber a alcunha de O Regime.

Em oposição ao Regime, temos a Resistência. Como o nome já diz, trata-se de um grupo especializado para combater os desmandos do Regime. Entre os dois lados temos os chamados Receptores, pessoas que recebem “poderes” quando o sinal é liberado. Nem todos os Receptores fazem parte da Resistência ou são aliados ao Regime, mas sabe-se que o lado que os tiver consigo terá uma enorme vantagem.

Sendo membro da Resistência o jogador deverá ter duas coisas em mente: a primeira é que, se quiser se manter vivo, é obrigatório pensar em equipe e como equipe; e a segunda é que deverá fazer o possível e o impossível para acabar com os desmandos fascistas podendo realizar três tipos de missão – combate, evasão e intriga. Diferentes entre si mais narrativamente do que por regras, cada uma tem oponentes específicos: adversários e combatentes em missões de combate; alarmes e medidas de segurança para missões de evasão; e objetivos específicos em missões de intriga. A cada missão encerrada, bem-sucedida ou não, traz consequências na forma de como ela afeta o regime fascista e a própria Resistência.

E mudando um pouco de aspecto do jogo, temos uma mecânica que chama mais ainda a atenção por ser bem diferente. Chamada de Quad-core, ela é a apresentação de quatro habilidades que são: Agressão, que determina sua capacidade de combate e o quão extrovertido você é; Astúcia, que determina sua desenvoltura e perspicácia além de sua coordenação mão-olho; Julgamento, por sua vez, determina a sua inteligência, sua consciência e sua paixão; e por último temos Valor, que corresponde à sua força física e determinação.

As rolagens recebem o nome de Operações (OP). As Operações são marcadas pela rolagem de 5 dados que podem ser d10 (que representam as habilidades e são chamados de core dice) e com d6 (os dados complementares chamados de entropy dice). O jogador contabiliza um d10 para a habilidade que pretende utilizar complementando com d6 para totalizar os 5 dados, para se obter êxito na operação é necessário um valor “6 ou mais” nos dados e tendo o valor de 1 para falhas críticas, essas por sua vez anulam sucessos. Para que a operação ocorra é necessário ter ao menos um sucesso. Três sucessos ou mais são considerados sucessos críticos enquanto as falhas abaixo de zero são falhas críticas.

As jogadas duram o equivalente a uma cena que, por sua vez, tem uma faixa de tempo de segundos, minutos ou mesmo horas que serão representadas pelas ações ou operações executadas pelo jogador. As cenas são construídas inicialmente pelo Mestre de Jogo, que é responsável pela ambientação, organização e, por assim dizer, imersão do jogador, e este por sua vez, em determinado momento, é responsável pela continuidade desta cena.

Um dos pontos mais fortes do jogo, além da proposta de narrativa compartilhada, é a total ausência de pontos de vida. Você pode estar se perguntando então como o jogador morre? Em Sigmata temos no lugar de pontos de vida a noção de Exposição que vai variar em uma escala de zero a dez e, quanto maior o valor de exposição, maior será a possibilidade de morte na missão.

E se você ficou interessado pela proposta do jogo, a editora Huginn & Muninn está trazendo este super jogo em uma campanha de pré-venda no Catarse. A campanha tem previsão de começar agora, no dia 20 de maio, e eles disponibilizaram no link abaixo o fastplay do jogo:

huginnemuninn.com.br/product/sigmata-este-sinal-mata-fascistas-fastplay

Agora é só aguardar o início da pré-venda e ir experimentando esse excelente RPG com o fastplay!

Por Hindemburg Henrique
Equipe REDE
RPG

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